O Metrô de São Paulo testou uma turbina eólica para geração de energia limpa em seus túneis. O objetivo da experiência, realizada por 9 dias seguidos entre as estações Brigadeiro e Paraíso da Linha 2-Verde no fim do ano passado, era verificar a eficácia do protótipo da turbina.
Pelo modelo, aproveita-se o vento gerado pelo movimento dos trens para movimentá-la e, assim, gerar eletricidade.
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O resultado mostrou que uma turbina gera 800 quilowatts por dia em 20 horas de operação diária, o suficiente para iluminar túneis ou uma estação de médio porte, segundo o próprio Metrô.
A turbina foi desenvolvida por uma startup incubada no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Vento VAWT, juntamente com professores da instituição de ensino. Não há acordo fechado para a aquisição da tecnologia, mas a ideia é avaliar o potencial do modelo para a rede metroviária.
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“Os testes visam o encontro de soluções que possam ser aplicadas em escala e trazer opções sustentáveis do ponto de vista ambiental e econômico-financeiro”, diz a estatal. “Essa é uma ação ainda no campo do desenvolvimento, mas que pode se somar às demais iniciativas do Metrô em prol da eficiência energética e diversidade na matriz”, completa.
A companhia também está com licitação em andamento para a autoprodução de energia elétrica, que busca geração de energia de fontes incentivadas e renováveis, podendo atingir até 40% de sua energia total utilizada, trazendo economia e redução de custos. A meta é assinar contrato no 2º semestre e iniciar a produção em 2026.
O Metrô e algumas rodovias foram escolhidos como locais para o teste devido aos ventos gerados pelos veículos. Com isso, evita-se interferência de instabilidades meteorológicas para esses experimentos.
A turbina é uma inovação no mercado, segundo a Vento VAWT, por contornar o efeito do arrasto aerodinâmico, comum nesses tipos de equipamento. Isso ocorre porque o vento bate de todos os lados e causa perda de eficiência na geração de energia.
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Um teste independente feito com a turbina da startup mostrou que ela apresentou eficiência três vezes maior do que uma turbina vertical comum, que fica em aproximadamente 18%. “Mais eficiente e mais barato”, comenta Eduardo Bueno, inventor da turbina.
É ainda uma turbina pequena, com 1,40 metros de altura, e precisa de apenas 1 metro quadrado de espaço para sua instalação. Já as turbinas convencionais, como aquelas que se assemelham a moinhos, necessitam de estrutura grande e bastante espaço livre, sendo instaladas em regiões agrícolas e com poucos obstáculos, sem prédios ou árvores.
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Além disso, é possível colocar mais de uma turbina juntas para potencializar a geração de energia, de acordo com a necessidade do local.
“As turbinas, no geral, têm eficiência baixa. As horizontais são caras, não produzem energia para compensar o investimento”, afirma Cely Ades, sócia da Vento VAWT.
O baixo ruído, os custos menores para transporte do sistema e a proteção à fauna também são outras vantagens. “Para questionar esse modelo que temos de turbinas horizontais, a que fizemos tem o eixo vertical e é menor, podendo ser instalada em qualquer lugar”, ela conta. “Outra vantagem é que pode ter uma tela em volta, protegendo a vida selvagem, aves, insetos e roedores”, acrescenta Bueno.
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