SÃO PAULO – A Polícia Militar e o Metrô de São Paulo informaram nesta terça-feira, 6, que estão desenvolvendo uma parceria para empregar policiais militares no reforço da segurança nas estações e no seu entorno. A informação foi adiantada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo Estadão.
Recentemente, casos de roubo têm assustado passageiros do Metrô de São Paulo. Nesta semana, uma mulher foi ameaçada a faca dentro de uma composição da Linha 2-Verde e foi obrigada a entragar sua bolsa. No fim do último mês, houve também relatos de arrastão em um estação da Linha 3-Vermelha.
A parceria entre o Metrô de São Paulo e a Polícia Militar deverá ser firmada nos moldes do que já é feito desde o fim de 2019 na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O contrato poderá vigorar por um período máximo de cinco anos. Depois, caso as partes ainda tenham interesse em manter, a parceria deve ser redescutida.
Assim como na CPTM, a atuação dos agentes nas estações de Metrô ocorrerá por meio da Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar), mecanismo que permite a contratação, mediante adesão dos próprios policiais, do serviço dos agentes fora do horário usual de trabalho.
Foi a mesma estratégia adotada pelo governo do Estado para, diante da alta de roubos e furtos, implementar a Operação Sufoco e dobrar o efetivo policial nas ruas a partir de maio deste ano. Uma das diferenças é que a nova iniciativa será conduzida em coordenação com a segurança do Metrô.
“Estamos estudando agora a melhor forma de colocar em prática (no Metrô) e deve acontecer em breve. A gente ainda não tem uma data, porque isso depende de passar na consultoria jurídica para revisar a questão legal, mas deve ser em breve”, disse o secretario-executivo da Polícia Militar, coronel Alvaro Camilo.
Ele explica que a parceria foi proposta pelo Metrô e, por entender como interessante para a população, a Secretaria de Segurança Pública já vinha trabalhando na iniciativa pelo menos desde o início do ano. “Isso (a parceria), a gente acredita, vai levar mais segurança para o cidadão, mais do que ele já tem no próprio Metrô, e também vai melhorar a percepção de segurança e reduzir a criminalidade. Esse é o intuito”, afirmou.
Os casos recentes de roubos no metrô, segundo Camilo, não foram a motivação, mas aceleraram o processo. “São casos muito pontuais, mas que, é lógico, impactam bastante quem viu, quem está perto. A ideia nossa é trabalhar para que isso reduza. Isso acelerou as análises para que a gente coloque logo em funcionamento”, disse ele, que afirmou ser precipitado falar em tendência de alta de crimes desse tipo.
Com a parceria, o Metrô irá arcar com os honorários dos agentes e a Polícia Militar, com a parte operacional, como disponibilização de equipamentos de proteção e armamento. “Eles continuam como policiais, estarão inclusive em uma função de segurança”, disse Camilo. “A qualquer momento eles podem agir como policiais, fazer abordagens, pedir identificação, não há nenhum problema na atividade”, acrescentou. Ainda não foi informado o total que será gasto com a parceria.
Metrô
Relatos de roubo de passageiros de metrô têm sido frequentes
Na noite deste domingo, 4, uma médica de 28 anos foi assaltada a bordo de uma composição da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo. Ela chegou a ser impedida de desembarcar na estação Sumaré pelo assaltante, que fazia uso de uma faca e levou sua bolsa, e só conseguiu falar com a família ao ser liberada em uma outra estação. O boletim de ocorrência foi registrado no mesmo dia.
No fim do último mês, a polícia começou a investigar o caso de um arrastão sofrido por adolescentes dentro da estação Tatuapé, da Linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo, na zona leste da capital paulista. O caso ocorreu no dia 30 de agosto. As vítimas estavam na plataforma de embarque quando foram abordadas por criminosos, que roubaram seus celulares.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.