SÃO PAULO - Mais três estações da Linha 5-Lilás da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), que farão a ligação do Capão Redondo, no extremo sul, à região central de São Paulo, serão inauguradas nesta sexta-feira, 28. São elas: Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin. Santa Cruz e Chácara Klabin farão integração, respectivamente, com as Linhas 1-Azul e 2-Verde.
Com a inauguração, o ramal será ampliado em mais 2,8 quilômetros (a partir da Estação AACD-Servidor, inaugurada no fim de agosto), totalizando 20 quilômetros de extensão, desde a Estação Capão Redondo. Para que a Linha 5-Lilás fique completa, faltará apenas a Estação Campo Belo, no meio do ramal, prevista para ser entregue em dezembro.
Segundo a Companhia do Metropolitano, considerando as interligações com as Linhas 1-Azul e 2-Verde, a 5-Lilás deverá transportar 855 mil passageiros por dia. Nesta quarta-feira, 26, o governo do Estado fez vistoria técnica nas obras das novas estações.
Inicialmente, as três paradas vão funcionar em “operação reduzida” todos os dias, das 10 às 15 horas, com cobrança de tarifa de R$4. O horário de atendimento será ampliado gradativamente até chegar à operação plena: de domingo a sexta-feira, das 4h40 à meia-noite; e aos sábados, das 4h40 à 1h - como nas demais estações da rede.
Deslocamento
Ao menos três vezes por mês, a pedagoga e cuidadora Geny Gomes de Brito, de 52 anos, precisa ir ao Hospital São Paulo, na Vila Clementino, zona sul da capital, para fazer tratamentos com otorrinolaringologista e pneumologista. O trajeto é longo. Ela sai do Parque Doroteia, também na zona sul, onde pega um lotação até a Estação Jabaquara, da Linha 1-Azul, desce na Estação Santa Cruz e, por fim, embarca em um ônibus até o hospital. “Demoro uma hora e meia para chegar aqui. Com trânsito, pode demorar até duas horas”, afirmou. “Estou sempre em tratamento, porque tenho otite crônica e tive derrame pleural. Estava em consulta com o pneumologista hoje (quinta-feira, 27).”
Ela diz que a nova estação vai facilitar sua vida. “O metrô é bem mais rápido. O ônibus que vai para o Terminal Santo Amaro passa perto da minha casa. Vou poder ir até a Estação Santo Amaro e descer aqui. O público vai ser muito beneficiado.”
Atendente de um café a um quarteirão da estação, Rosemeire Damasceno de Souza, de 32 anos, já estava utilizando a Estação AACD-Servidor para voltar para casa, localizada perto da Estação Primavera-Interlagos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Agora, pretende voltar para casa pela Estação Hospital São Paulo. “Na sexta passada, saí às 16h25 e cheguei à estação perto da minha casa em 35 minutos. Nos outros dias, saio às 17h30 e chego às 18h10. De ônibus, chego às 18h40, quando saio às 17h30.”
O gerente Gerivaldo Francisco Borba, de 57 anos, trabalha em uma lanchonete ao lado da estação e já planeja dormir um pouco mais, antes de começar o expediente. “Agora, vai ser bom. Vai dar para levantar mais tarde. Demoro uma hora e meia para chegar aqui, saindo do Jardim Ângela às 3h50. Acho que vou gastar 45 minutos agora. Só vou precisar pegar uma perua e o metrô.”
Moradora da Vila Clementino há 25 anos, a relações-públicas Maria Capeletti, de 63 anos, acredita que os moradores do bairro podem utilizar a Linha 5-Lilás para conexão com as Linhas 1-Azul e 2-Verde e diz que muitas pessoas serão beneficiadas pelas paradas que serão inauguradas. “Vai ser bom para as outras regiões, por causa do acesso ao bairro, que tem muitos hospitais. Há pessoas com dificuldade de locomoção que vão para a AACD e recebem indicação para o Hospital São Paulo. Elas vão podem ir de metrô.”
Outras obras
Segundo a companhia, a Estação São Paulo-Morumbi, da Linha 4-Amarela, tem conclusão prevista para outubro. A Vila Sônia, da mesma linha, ficou para 2020.
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