Morreu ontem, 24, em São Paulo, o empresário Masataka Ota, 63 anos, ex-vereador e atual suplente de vereador na Câmara Municipal. Ota ficou conhecido depois do sequestro e assassinato de seu filho, Ives Ota, de 8 anos, no final de agosto de 1997. Ota estava hospitalizado para tratamento de um câncer.
Depois da tragédia com o filho, Ota fundou o Instituto Ives Ota, uma ONG dedicada ao trabalho comunitário na zona leste de São Paulo, onde a família vivia. Ota fazia campanha também pelo perdão aos criminosos. Em entrevista ao Estadão, em 2012, ele contou da emoção ao se encontrar com o assassino de seu filho na cadeia. “Eu perdoei”, disse o então vereador.
Em uma rede social, o ex-governador Márcio Franca (PSB) lamentou a morte de Ota. “Vai finalmente abraçar seu filhinho amado, Ives Ota”, escreveu França. O deputado estadual José Américo (PT), que foi colega de Ota durante mandato de vereador na Câmara, também lamentou, em mensagem à mulher dele, Keiko Ota. “Meus sentimentos pela morte do nosso querido Ota”, diz Américo.
O assassinato do menino Ives chocou a cidade. Ele morreu quando a família tinha uma rede de comércio na zona leste. Ives foi sequestrado, assassinado a tiros e seu corpo foi encontrado enterrado na casa de um dos assassinos, um motoboy, preso quando se preparava para receber o resgate. Dois policiais militares participaram do crime. Durante o sequestro, o menino reconheceu um dos criminosos como segurança da família do comerciante. Os assassinos foram condenados a mais de 40 anos de prisão.
Ota foi à cadeia para encontrar o assassino, conforme relatou na entrevista ao Estadão. Em 2017, durante mandato da mãe do menino, então deputada federal Keiko Ota, o ex-presidente Michel Temer sancionou a Lei 13.473, que criou o Dia Nacional do Perdão, dia 30 de agosto, para marcar a tragédia. O vereador Eliseu Gabriel (PSB), presidente municipal do partido, divulgou nota de pesar pelo falecimento do colega.
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