Barrancos e terrenos inclinados, em bairros mais afastados e pobres, foram o cenário das mortes na cidade de Francisco Morato, na Grande São Paulo. A prefeitura confirmou oito mortes e havia pelo menos dois desaparecidos até as 19 horas desta sexta. Em Mairiporã, um deslizamento resultou em pelo menos outras quatro mortes.
De acordo com a gestão municipal de Francisco Morato, foram encontradas duas vítimas na Rua Raul Pompeia, uma criança na Rua Pedro de Toledo, três mortos na Rua Irã e duas vítimas na Estrada do Porrete. No Jardim Alegria, duas pessoas ficaram feridas, conforme o boletim da Defesa Civil Municipal fechado às 19 horas desta sexta.
Chuvas deixam mortos na Grande São Paulo
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Franco da Rocha
A presidente Dilma Rousseff sobrevoou em 12 de março áreas atingidas pela enchente em Franco da Rocha, a 45 quilômetros da capital paulista Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação
Franco da Rocha
Após sobrevoar a região, Dilma Rousselfparticipou de umareunião na Escola Superior dos Bombeiros, em Franco da Rocha Foto: Felipe Rau/Estadão
Franco da Rocha
Dilma se reuniu com o governador Geraldo Alckmin e com o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, e visitou algumas áreas af... Foto: Felipe Rau/EstadãoMais
Mairiporã
A região visitada pela presidente sofreu grandes perdas por causa da chuva. Nesta foto, Carlos (blusa azul), morador do local, orienta os bombeiros so... Foto: Felipe Rau/EstadãoMais
Franco da Rocha
Vista aérea de Franco da Rocha, alagada pelas chuvas Foto: MARCEL NAVES/ESTADÃO
Franco da Rocha
Vista aérea de Franco da Rocha, alagada pelas chuvas Foto: MARCEL NAVES/ESTADÃO
Franco da Rocha
Vista aérea de Franco da Rocha, alagada pelas chuvas Foto: MARCEL NAVES/ESTADÃO
Francisco Morato
Francisco Morato foi a cidade do Estado de São Paulo com o maior número de mortes decorrentes das chuvas Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
Na Rua Raul Pompeia, em Francisco Morato, um casal morreu soterrado Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
Carro foi engolido pela lama após deslizamento em Francisco Morato Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
Parentes aguardamcarro do Instituto Médico Legal para remover os corpos de vítimas de soterramento em Francisco Morato Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
A Defesa Civil de Francisco Morato informou que há, no mínimo, 15 pontos com risco de desabamento na cidade Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
A prefeitura de Francisco Morato informou que durante todo o ano monitora as áreas de risco e realiza serviços de manutenção e limpeza nos córregos e ... Foto: José Patrício/EstadãoMais
Francisco Morato
Por determinação da prefeitura de Francisco Morato, todos os servidores públicos estão à disposição para atendimento às ocorrências Foto: José Patrício/Estadão
Mairiporã
Em Mairiporã, na Grande São Paulo, imóveis desabaram na Rua Primavera e mataram moradores Foto: Felipe Rau/Estadão
Mairiporã
Bombeiros socorrem feridos em Mairiporã e seguem trabalhos de buscas por vítimas Foto: Felipe Rau/Estadão
Mairiporã
Mairiporã foi fortemente atingida pelas chuvas na noite de 10 de março Foto: Felipe Rau/Estadão
Mairiporã
Mairiporã se localiza ao norte da região metropolitana de São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão
Mairiporã
Os bombeiros estão desde o início da manhã de 11 de março buscando vítimas Foto: Felipe Rau/Estadão
São Paulo
A Marginal do Tietê, na capital paulista, alagou com o transbordamento do rio Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
Motoristas enfrentaram dificuldades para trafegar pela Marginal do Tietê Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
A água do Rio Tietê ficou com cor marrom Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
No centro, a Ponte da Casa Verde; ao fundo, a Ponte Governador Orestes Quércia, conhecida como Estaiadinha Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
Segundo meteorologista do Climatempo, a chuva volumosa era esperada desde o início da semana Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
Na capital, a Marginal do Tietê ficou alagada; na altura da Ponte da Casa Verde, carros atravessaram o canteiro central para fugir dos pontos intransi... Foto: Bianca Pinto Lima/EstadãoMais
São Paulo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cancelou todos os compromissos do dia e entrou em contato com os prefeitos das cidades atingidas Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
A maioria das estações do Centro de Gerenciamento de Emergências registrou mais de 60 mm e uma chegou a marcar 96 mm Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
O mês de março marca o fim do período chuvoso na região metropolitana de São Paulo Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, na Vila Leopoldina, zona oeste da capital, ficou com pontos de alagamento Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Os portões 3, 13 e 14 da Ceagesp chegaram a ser interditadas para o tráfego de caminhões por volta das 9 horas Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Área interditada na Ceagesp mais prejudicadafoi o Pavilhão das Melancias Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Todos os produtos atingidos pela água na Ceagesp tiveram de ser descartados Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Apesar da tempestade, a feira das flores ocorreu normalmente entre a meia-noite e as 8 horas Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Equipes trabalharam toda a manhã para a limpeza da Ceagesp Foto: Juliana Diógenes/Estadão
Itatiba
A água invadiu biblioteca de Itatiba, no interior de São Paulo, e provocou estragos Foto: Clelia Lima
Campinas
Praça Beira-Rio, em Sousas, distrito de Campinas, ficou alagada na madrugada de 11 de março após o Rio Atibaia transbordar Foto: Divulgação
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O Estado visitou os locais e constatou casas em barrancos ou em terrenos muito inclinados. Equipes do Corpo de Bombeiros eram vistas vistoriando áreas precárias. A prefeitura determinou que todas as escolas municipais suspendessem as aulas, de forma a liberar os prédios para eventuais atendimentos a vítimas.
Já nos bairros do Parque Náutico e Jardim Neri, em Mairiporã, as pessoas passaram toda a sexta-feira mais nas ruas do que em suas casas. Depois do deslizamento da barreira na Rua da Primavera, que deixou nove soterrados, o estado era de alerta. Até por volta das 19 horas, a Defesa Civil havia informado que 39 imóveis estavam interditados e 38 pessoas que não conseguiram alojar-se em casas de parentes estavam desabrigadas e provisoriamente instaladas no ginásio da cidade.
As mortes aconteceram por volta das 21 horas desta quinta-feira. O imóvel atingido tinha três andares, que eram separados em quatro casas. No andar superior, uma menina de 4 anos morreu soterrada. Outras seis pessoas que moravam ali ficaram soterradas, incluindo uma criança de 1 ano. Até as 19 horas, mais dois corpos haviam sido retirados dos destroços, um homem e uma mulher. Outro corpo, de criança, havia sido localizado.
Rodrigo Carvalho, que morava sozinho em uma casa no térreo, relatou que não estava no local na hora do deslizamento. O carro quebrou, por causa das chuvas, e ele só chegou depois da tragédia. “Perdi tudo, só consegui recuperar meus documentos. Mas foi muita sorte.”
Represa. Quatro dias após decretar o fim da crise hídrica, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) teve de abrir as comportas da Represa Paiva Castro, entre as cidades de Franco da Rocha e Mairiporã, para evitar o rompimento da barragem que integra o Sistema Cantareira. A abertura ocorreu às 6h30, quando o reservatório chegou a 99,4% da capacidade. Na quinta, o nível estava em 35%.
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Desde as 2h30, a Sabesp já havia informado a Defesa Civil que o reservatório estava sendo operado no “modo de emergência”. Situação semelhante havia ocorrido pela última vez em janeiro de 2011. “Foi bom que tínhamos 65% do reservatório vazio. Isso significa que 5,5 bilhões de litros que estariam inundando as ruas de Franco da Rocha ficaram retidos no reservatório. Embora a tragédia seja grande, ela teria sido maior ainda se não existisse a Represa de Paiva Castro”, disse o presidente da Sabesp, Jerson Kelman. / COLABORARAM ADRIANA FERRAZ e FABIO LEITE