Morte de delegado na Vila Romana: como a polícia identificou o 2º suspeito do latrocínio

Mauro Guimarães Soares, que tinha 35 anos de carreira na Polícia Civil, morreu após assalto quando caminhava com a mulher, também policial, no sábado

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Foto do author Gonçalo Junior
Atualização:

O entregador Enzo Wagner Lima Campos, de 24 anos, foi identificado como um dos responsáveis pela morte do delegado Mauro Guimarães Soares durante um assalto na manhã de sábado, 21, na Vila Romana, no distrito Lapa, zona oeste de São Paulo. Além disso, um segundo suspeito já foi identificado, segundo Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública do Estado.

Segundo suspeito tentar fugir após morte do delegado Mauro Guimarães Soares, no sábado, 21, na Vila Romana, zona oeste de São Paulo; outro suspeito está hospitalizado Foto: Polícia Civil / SP

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Como mostrou o Estadão, Lima Campos já havia sido preso em outras ocasiões, quatro delas por roubos com uso de arma de fogo. No ano passado, foi condenado, mas cumpria medida cautelar nas ruas.

A identificação do segundo envolvido foi possível por meio de impressões digitais. “O crime teve a participação de outro indivíduo. Por câmeras de monitoramento, identificamos a motocicleta utilizada por ele. Durante um deslocamento, ele colidiu com um veículo e deixou impressões digitais nesse delito”, explicou o secretário ao Estadão.

O delegado Mauro Guimarães caminhava pela Rua Caio Graco com a esposa, também policial, quando foi abordado pela dupla, que anunciou o assalto. Depois de uma troca de tiros, Soares foi baleado no peito e não resistiu.

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No momento da fuga, o segundo suspeito se desequilibrou, segundo os investigadores, e se apoiou no capô de um carro que circulava pela Rua Caio Graco. Diligências da Polícia Civil com apoio da Rota, as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, buscam o segundo comparsa, que não teve sua identidade revelada.

“O setor de perícias da Polícia Civil conseguiu identificar as digitais. Ele já está identificado. As equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil trabalham em conjunto para realizar a prisão desse comparsa”, completa Derrite.

O secretário afirma que as investigações apontam a participação de dois criminosos no crime e descarta a atuação de quadrilha organizada. “Não se pode falar em quadrilha. São criminosos contumazes, que realizam vários roubos reiteradas vezes. Mesmo quando presos,acabam progredindo de regime e são soltos em determinado momento, cumprindo muito pouco da pena que lhe são impostas”, diz.

Derrite tem sido um crítico das progressões de pena previstas pela Lei de Execuções Penais e defendeu no Congresso o fim da “saidinha” temporária dos presídios. O projeto foi sancionado com vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em abril.

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Vítima era de família de policiais civis

O delegado tinha 35 anos de carreira, vindo de uma família com a trajetória ligada à Polícia Civil. Delegado do Deic, tinha experiência em diversos departamentos e delegacias da Grande São Paulo e do interior, como de Barueri e Sorocaba.

O caso foi registrado como latrocínio no 91º Distrito Policial (Ceasa), com investigação liderada pelo DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais).

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