O motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, enviou um vídeo para a mulher de dentro da ambulância avisando que estava ferido. Novais foi baleado durante a execução do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, na última sexta-feira, 8, no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele estava internado no Hospital Geral de Guarulhos e morreu na noite de sábado, 9.
Novais deixa a mulher, Simone Dionízia Fernandes Novais, com quem era casado há mais de duas décadas, além de três filhos: o caçula, de apenas 3 anos, um adolescente de 13 e outro jovem de 20 anos.
Simone contou que tentou falar com o marido após receber o vídeo, mas não conseguiu. Um amigo que o acompanhou na ambulância relatou a ela o ocorrido. Quando Simone chegou ao hospital, Sampaio já estava inconsciente.
O motorista de aplicativo perdeu um rim e parte do fígado após ser atingido por um disparo nas costas. Ele foi submetido a um procedimento cirúrgico no HGG, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo será velado neste domingo, 10, e o sepultamento ocorrerá na manhã de segunda-feira, 11, no Cemitério Necrópole do Campo Santo, que fica em Guarulhos, onde ele morava.
Segundo Simone, o marido trabalhava todos os dias das 7h às 22h, e o Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos — onde foi baleado — era seu ponto preferido para pegar passageiros. Ela também comentou que a maior alegria dele era cozinhar. “Peixe era a especialidade dele. Ele adorava reunir a família e os amigos para cozinhar”, relembra.
Conforme o boletim de ocorrência, ao qual o Estadão teve acesso, além do motorista de aplicativo, de 41 anos, alvejado nas costas, outras duas pessoas foram atingidas: um funcionário terceirizado, de 39 anos, que teve ferimentos na mão e no ombro e recebeu alta do Hospital Geral de Guarulhos neste sábado, 9, e uma mulher, de 28 anos, que teria tido um ferimento superficial na região do abdômen. Ela recebeu atendimento médico e foi liberada em seguida, após ser ouvida pelos policiais no local.
Foram ao menos 27 disparos efetuados por dois criminosos, segundo informações da perícia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa Humana (DHPP) da Polícia Civil, que investiga o caso.
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A execução
O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos. Ele era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do delator.
O ataque ocorreu por volta das 16 horas e os atiradores estavam com o carro estacionado, à espera da vítima. Uma dupla de criminosos realizou pelo menos 27 disparos, conforme a perícia. Gritzbach foi atingido por dez tiros de fuzil, que transfixaram seu corpo.
O delator voltava de viagem com a quando foi atacado a tiros. As imagens das câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de Guarulhos mostram Gritzbach levando uma mala de rodinhas quando é surpreendido pelos atiradores. Ele tenta fugir, é atingido pelos disparos e cai perto da faixa de pedestres. É possível ver outras pessoas correndo por causa do tiroteio.
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