Fernando Sastre de Andrade Filho, o motorista do Porsche que se envolveu no acidente que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, se apresentou à Polícia nesta segunda-feira, 6, e está preso preventivamente. O caso está sendo registrado pela 5.ª Delegacia Seccional.
Fernando foi indiciado por homicídio doloso, lesão corporal e fuga do local de acidente. Ele será encaminhado à audiência de custódia.
O empresário estava foragido desde sexta-feira, 3, quando o Tribunal de Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva do jovem de 24 anos, atendendo a um pedido do Ministério Público para preservar a investigação e evitar a reiteração do delito e a manipulação de provas.
A defesa do empresário protocolou um pedido de habeas-corpus do acusado, que deverá ser julgado na terça-feira, 7, no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Ele está cumprindo todas as medidas cautelares rigorosamente. Não houve fato novo que justificasse essa prisão”, afirmou o advogado Jonas Mazagão, reafirmando que irá provar a inocência de seu cliente no que se refere ao dolo do homicídio e à ingestão de álcool. “Não temos receio do processo. Vai provar a liberdade dele”.
Caso o STJ não aceite o pedido para que o empresário responda em liberdade, a defesa diz que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda segundo o advogado, após a notícia da prisão preventiva, Fernando passou o fim de semana no interior de São Paulo. Marzagão diz que o empresário queria se apresentar na polícia, mas orientou seu cliente a esperar até esta segunda-feira. “A preocupação é a integridade física dele no sistema carcerário”, disse.
Relembre o caso
O acidente ocorreu na madrugada do domingo de Páscoa, 31 de março, na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Andrade Filho dirigia o Porsche que bateu a cerca de 156 km/h na traseira do Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. O limite para a via é de 50 km/h.
Os policiais que atenderam a ocorrência permitiram que o empresário deixasse o local com ajuda da mãe, que disse que iria levar o filho ao hospital. Quando os agentes foram até ao hospital para fazer o teste do bafômetro e colher sua versão do acidente, não encontraram nenhum dos dois.
Segundo sindicância da Polícia Militar, os agentes erraram ao não fazer o teste do bafômetro em Andrade Filho logo após o acidente.
O condutor do carro de luxo, porém, se apresentou no 30.º Distrito Policial do Tatuapé, zona leste da capital, quase 40 horas depois da ocorrência, no dia 1° de abril - mesmo dia em que Viana foi enterrado em Guarulhos, na Grande São Paulo.
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