O policial militar Guilherme Tadeu Figueiredo Giacomelli foi denunciado pelo Ministério Público por ter atirado e matado Rogério Ferreira da Silva Junior, de 19 anos, no bairro do Sacomã, em São Paulo. Na ocasião, a polícia afirmou que o jovem estava em uma moto sem placa e não respeitou pedido para parar. Já ferido, o jovem foi revistado pelos agentes e depois encaminhado ao hospital, onde chegou vivo, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com promotor Neudival Mascarenhas Filho, no dia 9 de agosto deste ano a vítima comemorava seu aniversário e saiu com a moto emprestada de um amigo, sem habilitação. “Ele foi perseguido por Giacomelli e pelo também PM Renan Conceição Fernandes Branco. Ainda de acordo com a denúncia, em dado momento, contrariando normas básicas sobre perseguição e abordagem, Giacomelli atirou pelas costas da vítima, que caiu logo em seguida”, diz a nota divulgada pelo Ministério Público.
Responsável pelo disparo, Giacomelli alegou que, durante a perseguição, o estudante teria simulado estar armado. “Os policiais solicitaram apoio alegando que se tratava de acidente trânsito, escondendo o disparo de arma de fogo. Procuraram, assim, inovar artificiosamente o estado de lugar, de coisa ou pessoa, com o intuito de induzir a erro o juiz ou o perito, para produzir efeito em processo penal", reforça o promotor em nota.
Caso a denúncia seja aceita pela Justiça nos termos propostos pela promotoria, Giacomelli responderá por homicídio qualificado pelo uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O Estadão divulgou o vídeo obtido de uma câmera de segurança mostra a hora que Silva Junior caiu sobre a calçada, após reduzir a velocidade da moto, quando já estava cercado pelos agentes.
Na data da ocorrência, a Secretaria da Segurança Pública informou que os agentes envolvidos tinham sido afastados dos serviços operacionais até o fim das investigações. O secretário de Segurança, general João Campos disse, na oportunidade, "lamentar muito" a morte, mas destacou a "tensão policial numa perseguição". Os agentes, disse Campos, eram "ótimos policiais".
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