Por determinação do juiz federal Roberto da Silva Oliveira, da 6ª Vara de Santos/SP, Ana Cristina do Nascimento Paim que esfaqueou um perito médico do INSS responderá por tentativa de homicídio qualificado. O crime aconteceu em março deste ano porque o perito havia cancelado o benefício de auxílio-doença de Paim. O juiz determinou ainda que a acusada permaneça recolhida em prisão domiciliar até a data de seu julgamento. Como esse crime foi considerado hediondo, segundo a Procuradoria Federal Especializada do INSS, se ela for condenada, poderá pegar uma pena de 12 a 30 anos de reclusão e ainda responderá em Vara Civil a pedido de indenização da vítima. Ana Cristina alega que estava em tratamento psiquiátrico e que não se lembra do fato. Sua defesa entrou com pedido de habeas-corpus, no Tribunal Regional Federal, em 25 de setembro, mas o pedido ainda não foi analisado. Segundo a Assessoria de Comunicação Social do INSS/SP, Ana Cristina passou por perícia médica, em 14 de fevereiro último, e o perito médico concluiu que deveria cessar o benefício que ela recebia até então. Ela entrou com pedido de reconsideração e uma nova perícia foi marcada. Acompanhada pela mãe e por seu companheiro, ela compareceu à agência, por volta de 11 horas do dia 21 de março. A médica a considerou incapaz para o trabalho e prorrogou o auxílio-doença. Apesar de ver atendido seu pedido, assim que saiu da sala de perícia, ela se dirigiu ao gabinete do perito que havia cancelado benefício anteriormente. Segundo o depoimento do perito, "ela segurava uma bolsa junto ao peito e tirou uma faca de cozinha, gritando que iria me matar". Ele foi esfaqueado nas pernas. Contra sua defesa, Ana tem o depoimento da médica que lhe concedeu a prorrogação do auxílio-doença: "A doença da acusada não causa alienação e desorientação". A perita garante que a acusada "tinha consciência da própria agressividade".
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