Museu do Ipiranga: 800 profissionais atuaram na obra de recuperação histórica; veja fotos

Durante 35 meses de obras, instituição foi reformada e ampliada e será reaberta nas comemorações do bicentenário da Independência do Brasil

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Oitocentos profissionais, olhares atentos, técnica apurada, mãos calejadas. Oitocentos profissionais cumpriram uma missão única nos últimos anos: eles esticaram o tempo. Devolveram, em 35 meses de obras, os nove anos de interdição do Museu do Ipiranga para os trilhos dos 127 anos da história da instituição. Recuperaram este verdadeiro patrimônio cultural a tempo do 7 de setembro que marca os 200 anos da própria fundação do Brasil – enquanto nação independente.

Homens e mulheres que atuaram na restauração vivem a expectativa de reabertura do museu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O Museu do Ipiranga é isso: histórico, porque foi mais ou menos ali que o então príncipe regente Pedro (1798-1834), em viagem à Província de São Paulo, recebeu cartas com informações, da Corte, sobre a piora no relacionamento com Portugal. E teria decidido – com ou sem espada, com ou sem o famoso grito – que o melhor seria a separação.

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Mas o Museu do Ipiranga também é historiador, à medida que todo o imaginário e a historiografia que, sedimentados, passaram a compor a base da narrativa de formação nacional também foram construídos ali, com peças como o famoso quadro Independência ou Morte, criado em 1888 por Pedro Américo (1843-1905), e trabalhos como os do historiador Afonso d’Escragnolle Taunay (1876-1958), que dirigiu a instituição de 1917 a 1946.

Neste bicentenário da Independência, o suor desses 800 profissionais, impregnado em paredes, escadas e corredores do centenário museu, soma-se aos trabalhos de milhares que por ali passaram: daqueles que construíram o edifício, aos tantos e tantos pesquisadores, famosos e anônimos, que por ali passaram. E, claro, ao público: quando foi fechado, em 2013, o Museu do Ipiranga recebia 300 mil visitantes por ano; com a reabertura, a expectativa é de que o número bata em 1 milhão.

Com muita mobilização e investimentos resultantes do maior valor já captado com a iniciativa privada pela Lei de Incentivo à Cultura, a reforma e ampliação custou cerca de R$ 211 milhões. Graças a um projeto arquitetônico inovador, escolhido via concurso, de autoria do escritório H+F Arquitetos, o edifício monumental reabre com o dobro da área construída.

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A reforma e ampliação do espaço custou cerca de R$ 211 milhões. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Simultaneamente, serão 12 exposições para atrair, entreter, educar e informar o público. No total, 3,5 mil obras do acervo foram restauradas. O Museu do Ipiranga retorna à cena com a mesma solidez que sempre teve, portanto. Uma solidez capaz de resistir a intempéries e, claro, a tentativas populistas de apropriação da data nacional. O Museu do Ipiranga, assim como o 7 de Setembro, não pertence a nenhum grupo específico ou nicho de Brasil. Pertence aos brasileiros. Todas e todos, sem exceção.

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