O governo de São Paulo vai reinaugurar o Museu do Ipiranga, localizado no complexo do Parque Independência, zona sul da capital, na noite do dia 6 de setembro. A cerimônia, cuja data foi definida na semana passada, será restrita para convidados, autoridades políticas e os patrocinadores do projeto. Serão eles os primeiros a terem a chance de conhecer o espaço depois de um extenso período de restauração, que começou em outubro de 2019.
A data do 7 de setembro foi tida como referência para a reabertura do museu, que está fechado desde 2013. A ideia é casar com as celebrações do bicentenário da Independência do Brasil completado este ano. O fato da primeira cerimônia ter sido marcada para o dia 6 de setembro, e não para o dia 7, como o governo vinha informando, não configura uma mudança de planejamento da organização, segundo o secretário de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, Sérgio Sá Leitão.
“Não houve uma antecipação. Não é correto dizer isso. Foram discutidas propostas e ideias. Sempre trabalhamos o dia 7 (de setembro) como uma data de referência por conta do feriado e por conta da celebração do bicentenário da Independência”, disse Sá Leitão. “Uma cerimônia restrita não se caracteriza como reabertura porque o espaço não vai estar aberto ao público”.
O feriado de 7 de setembro vem sendo esperado como um possível dia de turbulência política. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro (PL) vem estimulando os seus simpatizantes a irem às ruas, demonstrarem apoio ao seu governo.
Sérgio Sá Leitão negou que a reabertura tenha sido marcada para o dia 6 para evitar um embate político com eventuais manifestações agendadas para o Dia da Independência. “Qual é a diferença? Se tivéssemos com algum temor de alguma manifestação, o museu não abriria no dia 7 de setembro. Mas ele vai abrir”, disse o secretário.
Sá Leitão afirmou ainda que a composição das datas foi definida na semana passada junto com representantes da gestão do museu e de patrocinadores. “Isso foi sendo discutido e definido aos poucos. Tivemos na semana passada uma reunião com o reitor da USP, diretores do museu e batemos o martelo em relação a essa programação. Nunca houve uma mudança”, ressaltou.
O secretário, contudo, enfatiza que gostaria de manter o evento de reinauguração afastado de qualquer ligação político-partidária. “Esse museu pertence à sociedade, ao Estado de São Paulo e que não tem nada a ver com o clima de polarização e de eleições.”
Cerimônia em três atos
A previsão é de que, na noite do dia 6, a partir das 18h30, seja realizada uma confraternização para convidados, autoridades e representantes dos patrocinadores do projeto de restauração do Museu Ipiranga.
Ao todo, cerca de 1500 pessoas foram convidadas, segundo, Sergio Sá Leitão, secretário de cultura do Estado. O evento contará com a apresentação da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo (USP), coquetel e visitação dos convidados ao museu.
Este será o primeiro de três atos que vão oficialmente reabrir o Museu do Ipiranga, fechado desde 2013. No dia 7 de setembro, o local será aberto para visitação de estudantes de escolas públicas e também para trabalhadores que participaram diretamente da reforma do espaço. E, no dia 8, o local será, enfim, aberto para o público.
A gestão do projeto de restauro, nomeado de "Novo Museu do Ipiranga”, ficou a cargo do Comitê Gestor Museu do Ipiranga 2022, pela direção do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação de Apoio à USP (FUSP). As obras do museu foram concluídas em abril deste ano.
A reforma teve um custo estimado de R$ 211 milhões, que foram custeados com repasses do Governo de São Paulo, União (por meio da Lei Rouanet) e o apoio de 29 patrocinadores. A expectativa é de que o novo espaço consiga receber entre 900 mil e 1 milhão de visitantes por ano.
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