Com viagem de trabalho marcada para Belo Horizonte, nesta quinta-feira, 16, Paula Lopes, de 39 anos, precisou reorganizar a rotina do filho de um ano e sete meses, em razão de nova falta de energia no imóvel na Rua José Experidião Teixeira, no bairro Instituto de Previdência, na região do Butantã, zona oeste da capital paulista. Um temporal com granizo atingiu São Paulo na noite de quarta-feira, 15, e provocou alagamentos e quedas de árvores.
Na manhã desta quinta-feira, 16, a Enel Distribuição São Paulo disse que restabeleceu o fornecimento de energia para 70% dos clientes impactados pelas fortes chuvas e rajadas de vento de até 55 km/h. Não informou, porém, o número total de atingidos.
“As regiões norte e oeste são os locais mais afetados. A distribuidora segue com reforço das equipes em campo para normalizar o serviço para todos os clientes impactados”, disse a companhia. Sobre a falta de energia no imóvel de Paula, a Enel ainda não falou. Em alguns bairros, como na Aclimação (zona sul), moradores relatam que a luz tem piscado durante a manhã
Na semana passada, paulistanos chegaram a ficar quase uma semana sem luz após uma tempestade atingir a cidade no dia 3. No apagão anterior, ao menos 2,1 milhões de endereços de 24 municípios da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital, atendidos pela Enel, foram afetados.
No caso de Paula, da primeira vez, o corte de energia durou ao menos três dias. Felizmente, segundo ela, na ocasião, ela e a família estavam fora da cidade. “Minha cunhada mora perto de casa. Pedi para ir até nossa residência e tirar tudo da geladeira, para evitar prejuízos. Quando chegamos, a luz já tinha voltado”, contou ela, que é jornalista.
Desta segunda vez, porém, a situação foi diferente “A energia acabou na noite de quarta, por volta das 19 horas. Estourou um transformador, durante a chuva, mas até agora, sem previsão da Enel”, disse ela, por volta das 10 horas desta quinta.
“Já são mais de 14 horas sem luz. Pela manhã, vi um caminhão da concessionária, mas passou e foi embora. Eu não podia desmarcar a viagem. Como meu marido, que estaria de home office, precisou sair para trabalhar, meu filho teve de ficar na casa da minha mãe”, disse ela, que espera rapidez na solução do problema.
Paula também levou todos os mantimentos que estavam na geladeira para a casa da mãe. “O que agrava é que está muito calor. Não tem como deixar meu filho em casa, sem ao menos ligar um ventilador”, lamentou ela.
‘Impressora e micro-ondas queimaram’
Chovia forte na quarta-feira, quando o engenheiro Renner Lima, de 41 anos, observou as luzes da casa oscilando. Ele reside na Rua Belmonte, no bairro Bela Aliança, perto da Vila Leopoldina, na zona oeste.
“Parecia filme de terror. A chuva torrencial e as luzes da casa diminuindo e aumentando. Ficavam mais claras e, de repente, mais escuras. Uma luz apagava e depois acendia”, relata o morador.
Além do susto, veio o prejuízo. Segundo Lima, o aquecedor de água, que funciona a gás, queimou em meio à variação de energia. “Ele fica do lado de fora da casa. Nem lembramos de desligá-lo, durante a chuva. Além do aquecedor, queimaram algumas lâmpadas. Vou cobrar ressarcimento da Enel em breve”, afirma.
Há dois dias, mesmo sem chuva, Lima disse que observou essa mesma variação na iluminação da residência. “Impressora e micro-ondas queimaram. No caso da impressora, foi ainda mais grave. Deu um estouro e começou a sair fumaça. Foi um susto grande. Imediatamente, tirei da tomada. Ainda não levei para arrumar, mas com certeza os aparelhos estão danificados.”
No apagão de 3 de novembro, segundo ele, a energia caiu por instantes, mas voltou rapidamente.
Já administradora de empresas Marlene Aparecida Vasarini, de 67 anos, sofreu prejuízos naquele primeiro blecaute. Ela, que mora no Instituto da Previdência, zona oeste, ficou ao menos quatro dias sem luz.
“Quando chegamos de viagem, ainda estava sem luz. Perdi tudo que tinha na geladeira. Eu tive também o HD do sistema de alarme queimado no apagão do dia 3 de novembro. Solicitei a visita de um técnico da empresa, para resolver logo, mas vou cobrar da Enel o ressarcimento”, disse.
Para falar com a Enel
O consumidor pode entrar em contato com a Central de Relacionamento da Enel São Paulo pelo 0800 72 72 120. Também pode falar com a central de emergência pelo 0800 72 72 196. Para pessoas com deficiência auditiva, o telefone é o 0800 77 28 626. Salve também a ‘Elena’ nos contatos (21 99601-9608), assim é possível conseguir realizar serviços. Ela serve para ajudar a registrar falta de luz, pedir 2ª via, consultar débitos, solicitar ressarcimento e também tirar dúvidas sobre outros serviços.
Ouvidoria da Enel São Paulo
Este é um canal de relacionamento para solucionar ou responder reclamações que a pessoa ainda não conseguiu resolver pelos outros canais de atendimento.
- Por telefone: 0800 72 73 110 (atendimento em dias úteis, das 8 horas às 18 horas).
- Por carta: enviar em envelope fechado mencionando ‘Ouvidoria’ para o endereço: Avenida das Nações Unidas, 14401, Conjunto 1 ao 4, Torre B1, 17º andar, Vila Gertrudes, São Paulo-SP, CEP: 04794-00.
Os consumidores que tiveram aparelhos eletrodomésticos danificados por causa da falta de energia elétrica em São Paulo, por exemplo, serão ressarcidos pela Enel, segundo a própria empresa.
De acordo com a concessionária, o cliente pode realizar sua solicitação via aplicativo, site, contato com a Central de Relacionamento ou comparecer em uma loja da Enel.
- Aplicativo da Enel SP pode ser baixado pelos sistemas operacionais iOS (https://apple.co/2VpYh8q) ou Android (http://bit.ly/2VmOsIj);
- Agência Virtual no site;
- Central de Atendimento: 0800 72 72 120;
- Também presencialmente em qualquer loja de atendimento.
Quais são os requisitos para pedir o reembolso?
- Ser o titular da unidade consumidora onde houve a ocorrência;
- Informar a data e o horário provável da ocorrência do dano;
- Relatar o problema apresentado;
- Descrever as características gerais do equipamento danificado, tais como marca, modelo, ano de fabricação.
É possível ingressar com a solicitação no prazo máximo de até 5 anos a contar da data provável da ocorrência do dano elétrico no equipamento. Para mais informações, acesse o site.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.