O que fazer em São Francisco Xavier? Cidade é opção de roteiros de viagem em SP; veja dicas

Distrito de São José dos Campos oferece trilhas, cachoeiras e mirantes em meio à Mata Atlântica, acessíveis para turistas de todas as idades e condicionamentos físicos

PUBLICIDADE

Foto do author João Ker
Atualização:

Pertencente ao município de São José dos Campos, o distrito de São Francisco Xavier, próximo à divisa de São Paulo com Minas Gerais, é um destino de tranquilidade, sossego e paisagens verdes para quem busca opções de viagens rápidas para o fim de semana ou feriado prolongado. A cerca de 150 quilômetros da capital paulista, o que dá de três a quatro horas de carro, dependendo do trânsito, “São Xico”, como é conhecido, é cercado pela riqueza ecológica da Serra da Mantiqueira, responsável pelas trilhas e cachoeiras, suas principais atrações.

No próximo mês, a Praça Cônego Antônio Manzi, no centro, recebe a Festa Julina, que já começou a ser preparada na Casa de Cultura Julio Neme. “É muito legal, a gente enfeita tudo por aqui no centro. Temos uma banda local também que faz a quadrilha e todo mundo participa”, avisa Bartira Moura, de 64 anos, nascida em São José dos Campos e há 23 anos moradora do distrito.

Igreja Matriz na Praça Central de São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos a cerca de 150 quilômetros da capital paulista  Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

PUBLICIDADE

De março a dezembro, a Casa de Cultura oferece oficinas de cerâmica, capoeira, maracatu, história em quadrinhos e mais, além de exposições fixas, como a atual, sobre a história do circo. Toda a programação é gratuita e aberta aos visitantes.

Além do comércio local, das lojas de artesanato, das exposições na Casa de Cultura e das estradinhas rurais, confira algumas das principais atrações em São Francisco Xavier, na região metropolitana do Vale do Paraíba, para quem busca descansar em meio à natureza.

Nas alturas da Serra da Mantiqueira

O Mirante da Pedra de São Francisco é uma homenagem a São Francisco de Assis, não ao distrito. A mais de mil metros de altitude, o espaço abre de quinta-feira a domingo e está inscrito oficialmente no município de Monteiro Lobato, mas fica na divisa com São Francisco Xavier.

De lá, é possível subir de escada em algumas pedras, deixar fitinhas com pedidos para o santo e também fazer piqueniques. O local abriu em 2020, na pandemia, mas o terreno foi comprado pelo empresário John Lima, de 67 anos, e pela mulher Marcela Luna, de 56, ainda em 2004.

Vista de cima da Pedra do Porquinho, no Mirante da Pedra de São Francisco Xavier x Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

“Um dia, um cara me falou que tinha uma pedra enorme no terreno, conhecida como Pedra do Porquinho. Fui lá, vi e pensei que precisava compartilhar aquela beleza toda com as pessoas”, conta John, que hoje mora na Califórnia (EUA). “Limpei toda a área, abri para a visitação e botei um monte de placas na região. Criou-se uma comunidade orgânica de gente que se apaixonou pelo espaço”, diz ele.

Publicidade

O acesso ao Mirante custa R$ 30, que são revertidos em créditos para o restaurante, bar e lanchonete do espaço, onde o carro-chefe da gastronomia é a polenta frita com carne e servida na pedra, especialidade da casa. Para chegar lá em cima, é preciso subir por uma estrada de terra às margens do Rio Manso, em percurso que demora cerca de meia hora.

Mirante da Pedra de São Francisco fica a 1 mil metros de altitude, em meio à Serra da Mantiqueira Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Por lá, é possível também se divertir com a tirolesa, as trilhas para as cachoeiras (cerca de 2h30 para ida e volta) e passeios a cavalo, que podem ser feitos inclusive pelas crianças. A vista de tirar o fôlego (pela beleza e pela altura) do espaço tem atraído até turistas de outros países pelo posicionamento privilegiado de 360 graus para a Serra da Mantiqueira. Quem quiser se isolar por mais tempo, o local oferece hospedagem (e tem até wi-fi para os mais conectados).

Relaxamento esotérico

No número 1305 da Estrada do Machado, o Bruxinhas do Mato há mais de 20 anos oferece opções de relaxamento em meio à natureza do casarão, cercado por flores, árvores, muito verde e, o principal: silêncio. Com pegada de SPA esotérico (a única diferença é que não oferece hospedagem), o espaço tem banhos com ervas colhidas nos canteiros aromáticos do próprio local (a partir de R$ 160), massagens (R$ 230), reflexologia e escalda-pés (R$ 140).

Preparação de um dos banhos relaxantes com ervas e flores das Bruxinhas do Mato Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

“Foi um pessoal de fora que montou (o espaço), mas isso não tinha muito a ver com a cara deles, mas trabalhei aqui desde o início. Cinco anos depois, comprei deles e estou desde então tomando canto e cuidando desse espaço”, conta a proprietária Adriana Alves, de 50 anos.

PUBLICIDADE

O cuidado em alinhar bem-estar à integração com a natureza está nos mínimos detalhes do Bruxinhas do Mato, do aroma espalhado pelo espaço aos chás de melissa, por exemplo, e águas saborizadas com manjericão, que são servidos aos visitantes. Quem quiser levar o bem-estar para casa, pode fazer uma visita à lojinha do local, onde é possível encontrar travesseiros aromatizados, óleos essenciais, incensos, sabonetes, velas e toda uma linha de produtos feitos artesanalmente.

Trilhas e cachoeiras para a família toda

Às margens do Rio Santa Bárbara, o Espaço Garden Margarida é uma fazenda com opção de day-use para a família toda, cujos principais atrativos são as trilhas e as quatro cachoeiras da propriedade. A reportagem chegou a fazer uma delas. O acesso é limpo e sinalizado, com nível “fácil” de dificuldade, apesar de não recomendar que o leitor se aventure por lá em dias de chuva.

“A propriedade era da família há mais de 50 anos. Foi vendida uma parte e compramos outra, quando começamos com o projeto de restaurante, trilha, visitação e preservação do meio ambiente, que buscamos fazer bastante”, conta Guilherme Jorge Vicente, de 37 anos.

Publicidade

Às margens do Rio Santa Bárbara, o Espaço Garden Margarida é uma fazendo com opção de day-use para a família toda, cujos principais atrativos são as trilhas e as quatro cachoeiras da propriedade Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O espaço recebeu esse nome em homenagem à Dona Margarida, avó de Guilherme e uma das primeiras moradoras da propriedade. Hoje, eles recebem famílias que, além de aproveitar o turismo ecológico, buscam conhecer os famosos pratos de truta grelhada com pinhão, típico da região, e lasanha de shitake.

Por lá, os pequenos contam com balanço, cama elástica e a mini-fazendinha com animais. A entrada com cachorros é permitida, mas desde que usem coleira. E o pesqueiro também é aberto a visitantes, apesar de as chances de sucesso serem reduzidas no inverno.

Vila gastronômica

Na Praça Cônego Antônio Manzi, logo atrás da Igreja Matriz, fica uma vila quase escondida, mas certeira para quem quer se alimentar e ainda levar uns quitutes de recordação. Por lá, é possível comer no Restaurante João de Barro, saborear os Doces da Carol e também sentar para uma refeição ao ar livre no São Francisco Restaurante, que serve comida self-service a quilo e fica aberto até o meio da tarde. Se decidir parar por lá, não deixe de provar a torta cheesecake de morango. Do outro lado da praça, outra opção bastante recomendada pela comunidade local é o Artesão Restaurante e Pizzaria.

Entrada para a vila gastronômica atrás da Praça Central de São Francisco Xavier  Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

Serviço:

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.