Oito cidades no interior de SP para aproveitar o feriado de Finados em meio à natureza; veja

De cachoeiras e praias aos refúgios em meio às montanhas da Mata Atlântica, confira opções de viagens próximas à capital paulista

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Foto do author João Ker

O feriado de Finados, nesta quinta-feira, 2, é uma boa oportunidade de descanso, principalmente para quem conseguir emendar os quatro dias e retomar o trabalho apenas na segunda-feira, 6. O Estadão lista abaixo oito cidades visitadas pela série Bate e Volta SP no interior do Estado para quem quiser aproveitar a folga em meio à natureza.

Legado das Águas

Com 31 mil hectares de área preservada, o Legado das Águas é a maior reserva privada de Mata Atlântica em todo o Brasil. Próximo às cidades de Tapiraí e Miracatu, o espaço tem o conceito de “uso múltiplo do território”. Na prática, isso significa que há muitas opções de programas por lá, a depender do perfil do visitante.

Trilha do Cambuci é feita por passarela suspensa que permite imersão multissensorial na Mata Atlântica Foto: Léo Souza / Estadão

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Para quem gosta de adrenalina, a trilha da Cachoeira Dezembro tem nível fácil, mas uma boa caminhada pela mata até chegar ao seu destino final; aqueles que quiserem ainda mais aventura, há ainda outras trilhas mais difíceis e as opções de safári noturno ou canoagem pelo Rio Juquiá (veja abaixo como é a experiência).

Fora o turismo de aventura, o Legado das Águas também é um destino que pode agradar quem quer apenas se desconectar do mundo lá fora e curtir uns dias de sossego em meio à natureza. A base, onde ficam os quartos para hospedagem, fica a cerca de 35 quilômetros dentro da floresta, o que por si só já garante um silêncio quebrado apenas pelo barulho dos (muitos pássaros). Outras trilhas mais fáceis, como a Cambuci, e o Centro de Biodiversidade, com centenas de plantas e flores, também estão localizados nas imediações.

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Confira os preços, programação e disponibilidade no site oficial do Legado das Águas (aqui).

Joanópolis

Na divisa de São Paulo com Minas Gerais, Joanópolis é conhecida há décadas como a Capital do Lobisomem. Mas a cidade também esconde paisagens bucólicas e uma boa oferta de cachoeiras e trilhas que lhe rendeu um outro apelido: Joia da Mantiqueira.

Cachoeira Escondida, em Joanópolis Foto: Tiago Queiroz / Estadão

Para os fãs do turismo ecológico, a principal parada por lá é a Cachoeira dos Pretos, que tem mais de 150 metros de altura e é uma das maiores em todo o Estado de São Paulo. O acesso é fácil, feito por uma passarela de madeira, e logo na praça de entrada é possível encontrar opções de hospedagem e de alimentação (bares, lanchonetes, restaurantes etc.).

Outro ponto que vale a pena visitar é a Cachoeira Escondida, que apesar do nome tem várias placas espalhadas pela cidade indicando o caminho. A infraestrutura lá é um pouco mais precária, mas ainda tem banheiros e restaurante. O grande atrativo é a beleza da queda d’água, com poço mais raso e correnteza mais fraca que a sua vizinha, além de alguns “bancos naturais” formados entre as pedras.

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Confira aqui os destaques de Joanópolis e como chegar até eles.

Ilha Comprida

No litoral sul de São Paulo, Ilha Comprida tem 100% do seu território declarado Área de Proteção Ambiental. O resultado disso é 74 quilômetros ininterruptos de praias sem quiosques na areia e uma amostra exuberante de árvores e animais da Mata Atlântica por toda a orla.

Praia da Pedrinha, na parte sul de Ilha Comprida Foto: Werther Santana / Estadão

Como a ponte de acesso que liga a cidade a Iguape fica na ponta norte da ilha, essa é a área com mais opções de estabelecimentos comerciais e, consequentemente, turistas. Mas quem busca um beira-mar mais sossegado também encontra por lá, principalmente nos pontos da parte sul, como a Praia do Viaréggio (o peixe ao molho de camarão servido no Adauto’s Bar é uma ótima pedida para o almoço).

Talvez o principal diferencial de Ilha Comprida seja, entretanto, suas dunas, que são as maiores, mais antigas e melhor preservadas em todo o Estado. As Dunas de Juruvaúva são o principal exemplo desse bioma e ficam também na porção sul da cidade, mas é preciso chegar cedo porque o acesso depende da previsão do tempo e da altura da maré.

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Por lá, a Vila das Pedrinhas também é uma parada quase obrigatória, com opções de restaurantes e passeios específicos pelo rio, além de artesanatos feitos pelos próprios caiçaras. Confira o roteiro completo aqui.

Barra Bonita

A 300 quilômetros da capital paulista, Barra Bonita tem pouco mais de 36 mil habitantes e é quase completamente cercada pelo Rio Tietê. A diferença é que, lá, o rio mais famoso e importante de São Paulo é limpo a ponto de ser próprio para banho, movimentando boa parte da vida social e do turismo da cidade.

Em Barra Bonita, o Rio Tietê pode variar dos 15 aos 35 metros de profundidade a depender do dia e volume de chuva Foto: Tiago Queiroz / Estadão

O trajeto de barco acima ou abaixo do Rio Tietê é algo que por si só já vale a pena, mas em Barra Bonita há um atrativo a mais com a travessia pela Eclusa, que é basicamente um elevador de embarcações movido a água e uma das tradições na cidade. Há várias opções de navios e companhias que fazem o passeio, a maioria deles com o almoço incluso no preço da passagem.

As viagens podem variar de 1h30 a 4h, a depender das opções de passeio completo ou de apenas meio percurso. Todos incluem a passagem pela eclusa, entretanto. Ao longo de todo o trajeto, a vista do Tietê ainda intacto, com águas verdes e cheias de vida é realmente inesquecível, principalmente para quem precisa encarar diariamente o trecho poluído da capital.

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Por sinal, não deixe de visitar também o Memorial do Tietê, que conta toda a história do rio, sua relação com Barra Bonita e tem amostras assustadoras de amostras coletadas em diferentes trechos da nascente à foz. Veja aqui mais imagens, como funciona uma eclusa e algumas navegações que fazem o passeio.

Analândia

Com uma população estimada em apenas 5 mil habitantes, Analândia se orgulha de não ter prédios, shoppings ou semáforos. Esse estilo de vida do interior é potencializado pela enorme quantidade de cachoeiras espalhadas pela cidade, que conserva mais de 700 nascentes preservadas na Serra do Itaqueri.

Cachoeira do Salto, em Analândia Foto: Alex Silva / Estadão

As opções de cachoeiras variam de acordo com o que você procura: a do Salto, no centro, tem entrada gratuita, piscina natural rasa, queda d’água forte e relaxante e um restaurante às margens do poço principal; a do Escorrega é, como o próprio nome indica, escorregadia, o que pode ser igualmente perigoso e divertido a depender da sua idade; a do Rangel já é menor e mais escondida, mas uma das mais limpas e preservadas de toda a cidade.

Apesar de toda essa variedade, o principal cartão-postal da cidade é o Morro do Cuscuzeiro, que parece, isso mesmo, um cuscuz paulista. A trilha até o topo é de fácil acesso, ou o mais fácil que uma subida a mais de 1 mil metros de altitude consegue ser. Nos pés da montanha, a Fazenda Pedra Viva tem restaurante, piscina, espaços infantis, atividades como tirolesa e arvorismo, além de espaço para acampamento.

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Analândia também guarda algumas das grutas mais importantes de São Paulo, como a do Índio, a Toca da Onça e a Nossa Senhora de Lourdes, que só são acessadas com o auxílio de um guia. O contato dele e outras opções de visita por lá você encontra clicando aqui.

Cunha

Eleita a cidade mais acolhedora de São Paulo, Cunha fica na divisa do Estado com o Rio de Janeiro e já foi avistada por muitos dos viajantes com destino a terras fluminenses. Mas se engana quem acha que o município é apenas uma terra de passagem: cercada pelo Parque Estadual da Serra do Mar e próxima à Serra da Mantiqueira, ela guarda uma série de atrações únicas em meio à natureza.

Pôr-do-sol visto do alto da Pedra da Macela Foto: Tiago Queiroz / Estadão

A mais conhecida dessas atrações é o Lavandário, a maior plantação de lavanda do Estado e um local que parece saído direto de um filme. O aroma da flor já é sentido antes mesmo de atravessar o portão, afinal são 40 mil pés plantados pela propriedade. O espaço é uma ótima opção de piquenique a dois ou passeio em família, sem falar na oportunidade de experimentar o famosíssimo picolé de lavanda.

Outro ponto imperdível por lá é a Pedra da Macela, a 1.840 metros de altura, no Parque Nacional da Serra da Bocaina. Do topo, é possível ver o mar de Angra dos Reis e Paraty, além de admirar um pôr-do-sol inesquecível. Os mais aventureiros ainda conseguem acampar por lá também.

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Cunha também é conhecida por seus vários ateliês de cerâmica, então não deixe de passar em um deles para garantir um souvenir de lá (o Suenaga e Jardineiro é um dos mais tradicionais, por sinal). Aqui você encontra mais dicas da cidade.

Cabreúva

Distante apenas 90 quilômetros de São Paulo, Cabreúva é uma típica cidade do interior, onde o tempo passa mais devagar e a prosa à mesa do bar é o principal programa dos fins de semana. Uma boa opção para quem quer sossego sem muita badalação, o município é rodeado pela Serra do Japi e também oferece paisagens bucólicas para o descanso da mente e das vistas.

Fazenda Guaxinduva, em Cabreúva Foto: Tiago Queiroz / Estadão

Para quem quer apenas se hospedar sem preocupações maiores que respirar ar fresco, a Fazenda Guaxinduva oferece acampamento, refeições, trilhas, cachoeiras e pescaria tudo no mesmo local. O espaço também tem a opção de day use aos fins de semana e feriados para aqueles que não quiserem se hospedar por lá.

Um programa adequado para famílias, grupos de amigos e, principalmente, casais é uma visita ao Pé do Morro, que promove piqueniques ao ar livre e oferece cestas confeccionadas pela própria equipe com alguns dos seis tipos de queijos produzidos por lá. Se você der sorte, ainda consegue pegar uma das pizzadas, que acontecem mensalmente.

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Completando o clima de descanso e paz interior, o Centro de Meditação Kadampa Brasil abre suas portas aos fins de semana e feriados para receber visitantes com atividades guiadas. Confira aqui todos os endereços, disponibilidades e outras opções para curtir Cabreúva.

São Francisco Xavier

Próxima à divisa com Minas Gerais, São Francisco Xavier é outra opção de descanso e relaxamento em meio à vasta natureza da Serra da Mantiqueira. Conhecida como “São Xico”, a cidade tem algumas das cachoeiras mais visitadas do Estado e fica a apenas 150 quilômetros da capital paulista.

Mirante da Pedra de São Francisco, em São Francisco Xavier Foto: Tiago Queiroz / Estadão

Uma das principais atrações por lá é o Mirante da Pedra de São Francisco, já na divisa com o município de Monteiro Lobato. Além da vista de tirar o fôlego, o local tem hospedagem e restaurante próprios, cujo carro-chefe é a polenta frita com carne servida na pedra.

Quem não se contentar apenas com a vista e o silêncio da cidade, o Bruxinhas do Mato é uma forma de aumentar ainda mais a sensação de relaxamento e desconexão com o mundo exterior. O local tem uma porção de massagens e banhos de flores e folhas que são colhidas diretamente na propriedade. É para descansar e não pensar em mais nada.

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Confira aqui outras opções de passeios, cachoeiras e restaurantes por São Francisco Xavier.