Onde a polícia suspeita que seja o esconderijo de suspeito de mandar matar delator do PCC

Emilio Gongorra Castilho, vulgo João Cigarreira, é alvo de operação desde quinta, 13. Elo entre facções, ele é apontado como um dos responsáveis por contratar PMs para executar Gritzbach. ‘Estadão’ não localizou a defesa do traficante

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Atualização:

A Polícia Civil de São Paulo suspeita que o traficante Emilio Gongorra Castilho, vulgo João Cigarreira ou Bil, apontado como mandante da morte do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), esteja escondido em uma comunidade no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. O local é dominado pelo Comando Vermelho (CV). Castilho seria o elo entre as duas facções. O Estadão não localizou sua defesa.

O traficante é alvo de uma operação, deflagrada pela Polícia de SP na manhã de quinta, 13, para prendê-lo. Cerca de 120 policiais foram às ruas para cumprir mais de 20 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele. Familiares e pessoas próximas a Castilho foram conduzidas ao departamento e prestaram depoimento. Foram apreendidos celulares, pen drives e outros objetos, mas ele não foi encontrado.

O R7 e a RECORD conseguiram a foto de Emílio de Carlos Gongorra Castilho, o Cigarreiro, suposto mandante do assassinato de Vinícius Gritzbach, delator do PCC.  Foto: Record TV

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Para a Polícia Civil, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi executado em novembro do ano passado por vingança. Os investigadores apontam que Castilho encomendou a morte de Gritzbach para vingar o assassinato do seu antigo parceiro Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta, ocorrido em 2021.

Durante o planejamento do assassinato, ele teria recebido auxílio de Diego Amaral, vulgo Didi, também integrante do PCC e procurado pela polícia. A reportagem também tenta contato com a defesa de Amaral.

O crime também foi sido motivado pelo fato de Gritzbach ter revelado às autoridades nomes de faccionados, além dos esquemas de lavagem de dinheiro do PCC com empresas. Na delação ao Ministério Público, o empresário forneceu informações sobre as operações da facção e denunciou policiais de dois departamentos de Polícia Civil e duas delegacias da cidade de São Paulo. Ele relatou como inquéritos foram suspostamente manipulados por policiais para livrar integrantes do PCC da acusação de crimes, mediante pagamento de propinas em dinheiro e até mesmo com a transferência da propriedade de imóveis.

O Estadão já havia revelado que Castilho e Ademir Pereira de Andrade, outro traficante do PCC, seriam os supostos responsáveis por contratar os PMs para matar o delator. A facção teria oferecido R$ 3 milhões pela morte do empresário.

Desde novembro, quando o empresário foi morto, 26 suspeitos foram presos. Dentre eles, 17 policiais militares, cinco policiais civis e quatro pessoas suspeitas de relação com Kaue Amaral Coelho, apontado como “olheiro” dos assassinos no dia da execução. Ele ainda está foragido e a Secretaria da Segurança Pública oferece R$ 50 mil por informações sobre ele.

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