Operação combate quadrilha que usava drones para entregas na cadeia

Detentos de presídios na capital e no interior paulista recebiam drogas e celulares por via aérea 

PUBLICIDADE

Por Rene Moreira

Uma operação realizada nesta quarta-feira, 8, prendeu 21 pessoas acusadas de fazerem parte de um esquema de uso de drones para entregas nos presídios paulistas. Os detentos, principalmente líderes de facção,  recebiam drogas e celulares no pátio das unidades prisionais. Os mandados foram cumpridos em São Paulo e em Guarulhos,  Franco da Rocha, Marília,  Pacaembu,  Martinópolis, Potim e Lavínia.

Detentos de presídios na capital e no interior paulista recebiam drogas e celulares por drones Foto: DIVULGAÇÃO/SAP

PUBLICIDADE

Denominada "Voo de Ícaro", a operação foi desenvolvida pela Polícia Civil e também cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, inclusive, dentro dos presídios. Para isso foi preciso o apoio do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), especializado em ações no sistema prisional.
A operação descobriu que os detentos orientavam seus cúmplices que estavam do lado de fora sobre os horários e locais para as entregas. Geralmente as encomendas chegavam no momento do banho de sol, quando os presos estão no pátio. Houve casos, porém, em que os drones acabaram abatidos a tiros pelos guardas das muralhas.
Segundo a polícia, parte desses celulares ficavam com líderes que de dentro da cadeia orientavam ações criminosas nas ruas. Eles também recebiam cartas e chips para os telefones, tendo cada drone a capacidade de transportar carga de até um quilo. 
Esses drones custam na faixa de R$ 16 mil cada e o valor para cada operação de entrega nos presídios chegava a R$ 40 mil, bancado pelo crime organizado. A mulher de um detento, que trabalha em uma escola particular de São Paulo,  seria uma das responsáveis pelo esquema e também foi presa durante a operação. 

Medidas

A ação resultou na apreensão de drones, objetos diversos e no bloqueio de contas bancárias que seriam usadas pelos criminosos. Participaram do trabalho 134 policiais em 41 viaturas.
Agora serão cobradas providências para evitar que criminosos tenham acesso visual pela internet aos espaços internos das penitenciárias, que hoje podem ser observadas em aplicativos de geolocalização.