Para IPCC, planeta nunca esteve pior

Painel do Clima apresenta relatório hoje em que indica avanço cada vez maior de gases de efeito estufa; temperatura pode subir até 6°C

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Por ANDREI NETTO
Atualização:

Depois de seis anos de trabalhos, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, a maior autoridade em aquecimento global do mundo, lança hoje seu novo relatório-síntese sobre o estado do planeta. As constatações são drásticas: a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, gás oriundo da queima de combustíveis fósseis e o mais nocivo ao ambiente, cresceu 40% desde 1750 e continua a se acumular. Com isso, a temperatura na Terra já subiu 0,89ºC entre 1901 e 2012 e vai se elevar entre 1,5ºC, no melhor cenário, e 6ºC no pior até o fim do século. E isso é só o começo.   Embora cientistas e delegados governamentais tenham invadido a madrugada de ontem em discussões sobre a terminologia do documento - até as 18 horas, apenas 70% do texto havia sido aprovado, após quatro dias do trabalho -, dados do relatório do IPCC já são conhecidos por fazerem parte dos mais importantes estudos científicos dos últimos seis anos. Por isso, o novo relatório, que será anunciado às 10h de hoje em Estocolmo (5h de Brasília), é visto como o melhor inventário sobre o estado do planeta já realizado pelo homem. Pelos cálculos do IPCC, a concentração de CO2 na atmosfera vem se intensificando - subiu 20% entre 1750 e 1958 e chegou a 40% agora. O resultado imediato é o agravamento do efeito estufa, que provoca o aquecimento da Terra. "Cada uma das últimas três décadas foi mais quente que todas as décadas precedentes desde 1850, e a primeira década do século 21 foi a mais quente", advertirá o relatório. Entre 2016 e 2035, o planeta deve aquecer entre 0,3ºC e 0,7ºC.

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