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Estação de patinete elétrico volta a SP: mas por que ela ainda não funciona?

Empresa Jet divulga chegada de veículos na cidade, porém serviço de compartilhamento ainda não foi liberado pela Prefeitura. Nenhuma outra empresa aluga equipamentos do tipo na cidade

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Foto do author Ana Lourenço
Atualização:

A empresa Jet anunciou que colocaria em operação a partir de 21 de setembro 50 patinetes elétricos para alugar no Parque Linear Bruno Covas e no bairro Retiro Morumbi, na zona sul de São Paulo. Conforme a empresa, os interessados poderiam baixar o aplicativo da Jet, se cadastrar e inserir uma forma de pagamento para, então, retirar o veículo para uso.

27-09-2024 - SÃO PAULO - SP / CIDADES METROPOLE OE / PATINETE JET - Patinetes para locação da JET disponíveis no Parque Linear Bruno Covas. Foto: Daniel Teixeira/Estadão Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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O Estadão foi ao Parque Bruno Covas para testar o serviço. A estação e cerca de 15 patinetes azuis já estão lá, mas não é possível dar um passeio. Apesar do anúncio, o início da operação da JET foi adiado, pois ainda falta liberação da Prefeitura.

Patinetes elétricos são permitidos na cidade, mas é necessário ter as autorizações do Comitê Municipal do Uso do Viário (CMUV), da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da Secretaria Municipal de Subprefeituras. Desde 2019, a cidade não tem equipamentos desse tipo disponíveis para aluguel (quando foram apreendidos pela nova fiscalização).

Na estação e no app da JET, porém, não havia aviso sobre o adiamento do início das operações. Conforme havia sido instruído pela empresa nos materiais de divulgação sobre o novo serviço, a reportagem baixou o aplicativo, se cadastrou, colocou R$ 50 (preço sugerido, ainda que o mínimo seja R$ 20) e tentou visualizar o QR Code da patinete.

“The scooter is not available” (A patinete não está disponível, em tradução livre) aparecia na tela de cada uma das dezesseis tentativas.

Tentativa de aluguel da patinete da JET Foto: Ana Lourenço

Ao ver a reportagem tentando, inutilmente, alugar um patinete, um funcionário do parque disse que outros visitantes do Bruno Covas vinham enfrentando a mesma frustração.

À reportagem, a JET informou que “planeja iniciar as atividades o mais breve, mas ainda não há data prevista no momento” e que o “lançamento foi adiado por razões técnicas”.

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Ao serem questionados sobre o dinheiro que o público coloca no app, “os usuários que tenham se cadastrado no aplicativo e inserido saldo poderão solicitar o reembolso. Isso por ser feito por meio “da equipe de suporte - pelo próprio aplicativo, por e-mail brsupport@jetshr.com e, ainda, telefone com WhatsApp e Telegram: +55 (13) 99137-4203 - ou aguardarem o lançamento do serviço”.

Já a Prefeitura de São Paulo afirmou que a JET entrou com o pedido de credenciamento para operar patinetes compartilhados junto ao CMUV. “No momento, o Comitê analisa a documentação complementar enviada pela empresa, além das informações a respeito da operação de patinetes que a empresa pretende desenvolver”, diz o texto.

“Vale ressaltar que, após a aprovação do credenciamento da empresa junto ao CMUV, a operadora ainda necessita aprovar seus projetos e obter as autorizações devidas entre CET e SMSUB, conforme Comunicado CET nº 016, de 04 de novembro de 2022, Instrução Normativa SMSUB nº 01, de 31 de julho de 2020, e outras regras”.

Segundo o Município, desde que foi adotada a regulamentação do compartilhamento de patinetes por apps em 31 de outubro de 2019, nenhuma empresa está oferecendo o serviço na cidade. “Apenas a operadora Whoosh está credenciada junto ao CMUV, mas não está atuando”, afirma.

Na divulgação inicial partir de outubro, a tarifa em dias úteis será de ativação da viagem a R$ 1,99 e o uso por minuto a R$ 0,49. Já aos fins de semana, a ativação será de R$ 2,99 e a tarifa de R$ 0,89 por minuto”.

A Jet, que tem sede no Cazaquistão, chegou ao Brasil em 2023, atuando nas cidades de Porto Alegre, Balneário Camboriú (SC) e Florianópolis. Em julho deste ano, passou a ter pontos no interior de São Paulo: Sorocaba e São José dos Campos.

Vaivém dos patinetes

Em junho de 2019, o Estadão publicou uma matéria explicando as dificuldades das operações de patinetes em São Paulo. Veja o resumo abaixo:

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Início - Em agosto de 2018, empresas de patinetes elétricos começaram a operar em São Paulo. Meses depois, em janeiro, a Prefeitura informou que elaborava regulamentação do serviço.

Regras - Pressionado por relatos de acidentes, o então prefeito Bruno Covas (PSDB) antecipou para 13 de maio o anúncio de normas para a atividade. O texto previa multa de até R$ 20 mil, estipulava a obrigatoriedade de capacete e proibia o uso de calçadas.

Justiça - No primeiro dia de fiscalização, 557 equipamentos foram apreendidos. Segundo a Prefeitura, o motivo era a falta de cadastro. A Grow, responsável por dois aplicativos, entrou na Justiça.

Cadastro - Covas disse que nenhuma empresa está acima da lei e convocou plataformas para cadastro.

Como está hoje - A operação de um serviço desse tipo depende de autorizações do Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV), da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da Secretaria Municipal das Prefeituras.

Quem pode operar - Apenas a operadora Whoosh está credenciada junto ao CMUV, mas não está oferecendo o serviço

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