A influenciadora Natalia Becker foi indiciada por homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco de matar - após realizar um procedimento de peeling de fenol no empresário Henrique da Silva Chagas, que morreu em 3 de junho deste ano. A Polícia Civil de São Paulo já havia anunciado o indiciamento da influenciadora em junho, mas o inquérito conduzido pelo 27.º Distrito Policial da capital foi enviado à Justiça nesta segunda-feira, 19. A reportagem não localizou a defesa de Natalia.
Um laudo do Instituto Médico-Legal concluiu que o empresário morreu devido a um “edema pulmonar agudo” ao inalar fenol, um produto químico usado para escamar a pele, causando uma renovação no tecido.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a inalação da substância química provocou alterações em órgãos do sistema respiratório e acúmulo de líquido no pulmão, causando uma parada cardiorrespiratória, conforme aponta o laudo entregue à autoridade policial. O exame de sangue não encontrou álcool, drogas ou medicamentos no organismo do empresário.
A perícia detectou o fenol em tecidos dos órgãos e fragmentos da pele de Chagas. O relatório apontou que a escarificação (raspagem) no rosto do empresário pode ter facilitado a absorção da substância.
O procedimento realizado por Natália Becker, proprietária do Studio Natalia Becker, no Campo Belo, zona sul da capital, consiste na aplicação de um ácido no rosto. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), trata-se de uma intervenção invasiva e reações imprevisíveis ocorrem com frequência.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta que o procedimento deve ser realizado em ambiente hospitalar com monitoramento cardíaco, já que a substância é tóxica e pode causar arritmias no paciente. Pelo mesmo motivo, são necessários exames para verificar a saúde do coração, como eletrocardiograma.
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