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Estado quer iniciativa privada em serviços turísticos do parque Morro do Diabo

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Por José Tomazela

O governo de São Paulo quer transferir à iniciativa privada os serviços turísticos do Parque Estadual Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio. O projeto está sendo elaborado pela Fundação Florestal, órgão estadual que administra a unidade. A transferência não inclui a gestão da floresta e da biodiversidade, mas outros serviços oferecidos ao turista, como alimentação, hospedagem e aluguel de equipamentos.

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A decisão foi confirmada pelo governador João Doria (PSDB), após inaugurar as novas instalações do parque, nesta sexta-feira, 4. O plano deverá exigir a contratação de mão de obra local, bem como a comercialização de produtos e alimentos fornecidos por produtores da região. Segundo o governo, o objetivo é estimular a economia no entorno e melhorar a experiência do visitante.

As obras incluíram a reforma do centro de visitantes, hospedarias e espaços de churrasqueiras e de camping. O parque recebeu um novo sistema de iluminação que ampliou o uso das áreas durante o período noturno. O governo investiu R$ 6 milhões nos serviços. A revitalização tornou o Morro do Diabo o quarto parque-modelo do Estado, junto com o parque da Ilha Anchieta, em Ubatuba; da Ilha do Cardoso, em Cananéia, e Intervales, em Ribeirão Grande.

Trilha suspensa, uma das atrações do Morro do Diabo. Foto Sima/Divulgação.  

TRILHA SUSPENSA - Uma das obras concluídas foi a reforma da Trilha Suspensa do Barreiro da Anta, uma passarela pênsil de madeira com 1.700 m de extensão que leva o visitante a um passeio sobre as chamadas lagoas intermitentes, cujo volume de água depende do regime de chuvas da região. Durante a caminhada que avança pela mata, com alguma sorte, o ecoturista pode avistar o mamífero que dá nome à trilha. O parque possui ainda outras quatro trilhas e cinco ciclorrotas.

Com 33,8 mil hectares de área coberta pelo maior maciço de mata atlântica do oeste paulista, o Parque do Morro do Diabo é referência pelo trabalho de preservação do mico-leão-preto, espécie endêmica desse ecossistema paulista, símbolo dessa unidade e um dos primatas mais ameaçados do mundo. Desde 2020, o Morro do Diabo sedia um projeto-piloto de monitoramento de médios e grandes mamíferos ameaçados, como a onça-pintada.

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O nome da unidade desperta curiosidade. Uma das lendas afirma que índios revoltados com bandeirantes, que teriam dizimado sua aldeia, os mataram em uma emboscada. Os sobreviventes do massacre disseram depois que o diabo estava naquele morro.

Parque do Morro do Diabo, coberto pela Mata Atlântica. Foto Sima/Divulgação.  
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