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Plano prevê reativação de 2,5 mil km de ferrovias inoperantes no estado de SP

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Por José Tomazela

Um grupo de estudos recém-criado pelo governo estadual prevê a reativação do transporte de passageiros e de cargas em 2,5 mil quilômetros de rodovias que atualmente estão inoperantes no Estado de São Paulo. O Grupo de Trabalho Ferrovias de São Paulo já realiza reuniões técnicas com prefeitos e entidades do setor ferroviário para definição dos trechos que podem voltar a receber trens.

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A iniciativa faz parte do Plano Estratégico Ferroviário do Estado de São Paulo, resultado de estudos realizados pela Secretaria de Logística e Transportes do Estado para alavancar o transporte sobre trilhos. Conforme o secretário João Octaviano Machado Neto, o resgate do transporte ferroviário, especialmente de curta distância, favorece o desenvolvimento regional e o turismo. Um levantamento do grupo de trabalho mostrou que a malha ativa de trilhos em São Paulo, com 2.390 quilômetros, é 46% menor do que aquela inoperante, com baixa capacidade ou ociosa, que chega a 2.530 quilômetros (54%).

Mapa da SLT mostra ferrovias ativas e inoperantes em SP.  

Uma lei federal aprovada no ano passado permite o deslocamento pelas estradas de ferro através de shortlines (linhas de trajeto curto) a custo menores que os atuais e sob responsabilidade compartilhada com estados e municípios - até então o controle era exclusivo da União. Para se adequar à lei federal, o governo paulista enviou um projeto de lei à Assembleia Legislativa e aguarda a aprovação.

O secretário acredita que o modal ferroviário complementa os sistemas hidroviário e rodoviário, com a vantagem de ser mais sustentável em relação a este último, por emitir menos gases poluentes. Um trem com duas locomotivas e 96 vagões pode transportar 8,4 mil toneladas de cargas, equivalentes à carga de 220 caminhões bitrens. O projeto ajudaria a desafogar o tráfego rodoviário no entorno das grandes cidades, como a capital paulista e Campinas.

O plano da Secretaria é conceder autorização às empresas interessada em transporte de cargas por trilhos. Em contrapartida, essas empresas ficariam responsáveis pela recuperação e manutenção do trecho a ser usado durante a vigência do contrato. As empresas assumiriam compromissos de recuperar ferrovias abandonadas, acabar com 'cemitérios' de vagões e, em alguns casos, retirar trilhos das áreas urbanas.

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Ferrovia de Campos do Jordão tem trecho desativado. Foto Epitácio Pessoa/Estadão.  

HISTÓRIA - No último dia 30, completaram-se os 168 anos da inauguração da primeira ferrovia do Brasil. Inaugurada pelo imperador D. Pedro II em 1854, com 14 km de extensão, a linha férrea ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis. Em São Paulo, a primeira linha foi a Santos-Jundiaí, construída pela São Paulo Railway, que passou a operá-la em 1867.

As ferrovias tiveram papel fundamental no desenvolvimento do país, ajudando principalmente na expansão da lavoura do café, principal produto exportado pelo Brasil entre o século 19 e o início do século 20. Ajudou também a industrialização do estado de São Paulo e de outros estados brasileiros. Muitas cidades do interior de São Paulo surgiram ou se desenvolveram após a chegada dos trilhos.

Em 1950, os trens eram o principal meio de transporte entre as duas maiores cidades do país - São Paulo e Rio de Janeiro. A ponte aérea entre as duas capitais só surgiu em 1959. No início, as ferrovias foram empreendidas pela iniciativa privada - no caso de São Paulo, empresários e grandes produtores de café. Entre as décadas de 1970 e 1990, muitas foram estatizadas, como as ferrovias paulistas, incorporadas pela Fepasa.

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