Um dos mais emblemáticos monumentos arquitetônicos de Santos, o prédio do Museu do Café vai passar por um minucioso processo de restauração externa. O palácio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Condephaat, órgão de preservação do patrimônio paulista. As duas instituições aprovaram o projeto que prevê obras em todas as fachadas da edificação, nas ruas XV de Novembro, Frei Gaspar e Tuiuti. O restauro está orçado em R$ 2,8 milhões, a serem cobertos com recursos provenientes do Ministério Público de São Paulo e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado. Os principais serviços consistem em limpeza, remoção de vegetação e da crosta negra, além de estabilização de revestimentos e elementos artísticos da construção. As intervenções serão realizadas pela empresa Estúdio Sarasá, selecionada por meio de chamamento público. As obras serão concluídas em oito meses. O Museu do Café já foi beneficiado com outros recursos que viabilizaram o restauro dos mobiliários e do vitral do Salão do Pregão, além da edição de um livro sobre a correlação do prédio com o cais, porto e ferrovia. O palácio foi inaugurado em 1922 para abrigar a Bolsa Oficial de Café, por onde passava grande parte da riqueza do Brasil na época. O prédio tem cúpulas de cobre, grandes esculturas, vitrais e mármores, resultado do trabalho de artífices estrangeiros. Abriga também obras de arte, como os painéis e o vitral de Benedito Calixto, um dos expoentes da pintura brasileira no início do século 20, na sala do pregão. O museu foi criado em 1998, depois de uma restauração completa do prédio, para preservar e divulgar a presença do café na história econômica do Brasil.
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