PM vai 'agir fortemente' para prender quem depredar, diz secretário
Segundo Alexandre Moraes, 'quem praticar vandalismo é criminoso e será preso'; manifestação do MPL contra reajuste da tarifa do transporte público será nesta sexta-feira, a partir das 17h
SÃO PAULO - O secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse nesta sexta-feira, 8, que a Polícia Militar vai "agir fortemente" para prender manifestantes que depredarem patrimônio público e privado no ato do Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da tarifa do transporte público, marcado para 17 horas. Segundo Moraes, a PM "sempre tem calma e sempre tem cautela" nos protestos e possui "a maior expertise em acompanhar grandes manifestações no Brasil".
"Estamos atentos e vamos agir fortemente com prisões em relação a eventuais black blocs. Manifestação não se confunde com vandalismo. Quem praticar vandalismo é criminoso e será preso. Mas tenho absoluta certeza de que as manifestações vão transcorrer normalmente", afirmou.
Junho de 2013: o mês em que o Brasil foi às ruas
1 / 20Junho de 2013: o mês em que o Brasil foi às ruas
18 de junho
Manifestantes tomam a Avenida Paulista, em São Paulo, em mais um protesto. Foto: J.F.Diório/Estadão
18 de junho
Grupo de cerca de cem pessoas, a maioria com máscaras e lenços cobrindo o rosto, depreda e saqueia pelo menos 20 lojas no centro de São Paulo. Tropa d... Foto: FILIPE ARAUJO/ESTADÃOMais
27 de junho
Manifestantes fazem protesto na frente da prefeitura de Florianópolis (SC). Foto: FELIPE CARNEIRO/FUTURA PRESS
Junho de 2013
Dois anos e meio depois dos protestos de junho de 2013 -que começaram em São Paulo contra o reajuste da tarifa do transporte público e ganharam o Bras... Foto: Filipe Araujo/EstadãoMais
3 de junho
Primeiro protesto contra o aumento da tarifa de ônibus de R$ 3 para R$ 3,20, no M'Boi Mirim, extremo sul de São Paulo. A manifestação é pacífica. Foto: MPL
6 de junho
O segundo protesto reúnecerca de 5mil manifestantes, que fazem barreiras na Avenida Paulista. Lojas são atacadas e muros, pichados. Apenas 40 PMs moni... Foto: Cris Faga/Fox Press PhotoMais
7 de junho
Confronto entre manifestantes e PMs é mais intenso, após protesto com 2 mil pessoas no Largo da Batata. Foto: EDISON TEMOTEO/FUTURA PRESS
10 de junho
Cerca de 300 manifestantes saem das escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia, em protesto contra o aumento da tarifa. O protest... Foto: MARCOS DE PAULA/ESTADÃOMais
11 de junho
O clima fica tenso em São Paulo durante manifestação.No centro são depredados vidros do comércio, ônibus e prédios. A polícia utilizabombas de gás. Ao... Foto: Daniel Teixeira/EstadãoMais
12 de junho
Com cerca de 10 mil manifestantes,confronto tem início na Avenida Paulista e atravessa o centro. Prédios naPraça da Sé sãopichados e depredados. Ofici... Foto: JF DIORIO/ ESTADÃOMais
13 de junho
O dia 13 de junho é considerado um marco. O ato em São Paulo éseguido por forte repressão policial, que resultaem cerca de 100feridos e dezenas de det... Foto: J.F.Diório/EstadãoMais
17 de junho
Protestos espalham por outras capitais, com pautas diversas que incluem gastos da Copa do Mundo eeducação. Na época, o Datafolha estimou em 65 mil pes... Foto: J.F.Diório/EstadãoMais
19 de junho
Protestos tomam das cidades onde é realizada a Copa das Confederações. Em Fortaleza, polícia entrou em confronto com manifestantes perto do estádio Ca... Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃOMais
20 de junho
Manifestações em 13 capitais levam às ruas cerca de 1 milhão de pessoas, em um dos maioresprotestos realizados no Brasil. Foto: EVELSON DE FREITAS/ESTADÃO
25 de junho
Diversos atos são marcados pelas redes sociais no País, como em Aracaju (SE), com reivindicações pulverizadas. Há grupos que se intitulam nem de direi... Foto: JADILSON SIMõES/FUTURA PRESSMais
26 de junho
A Polícia Militar do Distrito Federal age de forma agressiva para encerrar o protesto realizado em Brasília no gramado do Congresso Nacional, com bomb... Foto: LEONARDO MORAIS/HOJE EM DIAMais
26 de junho
Em ato na Avenida Paulista, manifestantes pedem saída de Marco Feliciano da presidência da Comissão da Direitos Humanos da Câmara. Pauta de reivindica... Foto: J.F.Diório/EstadãoMais
27 de junho
E também tomam a Candelária, no Rio de Janeiro. Foto: Marcos de Paula/Estadão
28 de junho
Pesquisa Datafolha mostra que popularidade da presidente Dilma Rousseff cai 27 pontos porcentuais após início das manifestações. Foto: Estadão
30 de junho
Manifestantes acampados na Câmara Municipal de Belo Horizonte exigem reunião com o prefeito Márcio Lacerda para deixar o local. Foto: DANIEL PROTZNER/O TEMPO
As manifestações acontecem na véspera do reajuste, que começa a valer neste sábado, 9, e amplia a tarifa de ônibus, metrô e trem de R$ 3,50 para R$ 3,80. O MPL convocou atos em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que ocorrerão simultaneamente nesta sexta-feira. Na capital paulista, o grupo vai sair do Teatro Municipal. O evento foi convocado pelas redes sociais e até as 9h30 desta sexta-feira, 7, tinha 15 mil pessoas confirmadas e 9,6 mil interessadas. O trajeto não foi divulgado pelo grupo.
Publicidade
O secretário afirmou que não houve reunião do MPL com a polícia para definir o trajeto. "É outro grande problema das manifestações do MPL, que se recusa a fazer uma reunião, uma audiência prévia, simplesmente para verificar o trajeto", disse. A orientação da polícia, conforme Moraes, é negociar o percurso com as lideranças do movimento durante a concentração no início do ato.
Procurados, os militantes do Movimento não quiseram comentar as declarações do secretário. Tradicionalmente, o MPL defende que a decisão do percurso deve ser conjunta, definida pelos manifestantes em assembleia durante a concentração. "O MPL não vê sentido em comparecer a uma reunião para “definir as diretrizes do ato” com uma instituição que se prepara para reprimir uma manifestação legítima antes mesmo que ela aconteça", informa o grupo no site.
Aumento. Em 30 de dezembro, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciaram o reajuste da tarifa no ônibus, trem e metrô de São Paulo. O aumento será de 8,6%, abaixo da inflação - a previsão do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 10,72%. Com o aumento, as tarifas de integração devem subir de R$ 5,45 para R$ 5,92.
Integração de R$ 5,92 é mais cara que o quilo da banana
1 / 14Integração de R$ 5,92 é mais cara que o quilo da banana
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
Um cacho de um quilo banana nanica custa R$ 3,79 Foto: Felipe Rau/Estadão
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
O preço de um cartão Zona Azul custa R$ 5, segundo tabela oficial da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). É mais barato estacionar ao lado de um ... Foto: Daniel Teixeira/EstadãoMais
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
Nas periferias de São Paulo um litro de gasolina custa, em média, R$ 3,69. Com essa quantidade é possível rodar por cerca de 10 quilômetros se o autom... Foto: Nilton Fukuda/EstadãoMais
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
O usuário do transporte públicoconsidera-se uma sardinha enlatadacom a superlotação dos sistemas de ônibus e transporte sobre trilhos. Mas comprar dua... Foto: Alex Silva/EstadãoMais
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
A tradicional coxinha creme paulistana, ou coxa creme, custa R$ 4,50 no Estadão Bar e Lanches, na Bela Vista. Para chegar até lá de ônibus e Metrô, o ... Foto: Nilton Fukuda/EstadãoMais
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
Os aumentos no transporte público são tão tradiocionais quanto as comidas que o brasileiro mais gosta. Apesar da inflação, meio quilo de feijãocusta R... Foto: JF Diório/EstadãoMais
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
Nas bancas, o jornalOEstado de S. Paulocusta R$ 4 Foto: Estadão
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
Mesmo durante a crise, uma garrafa de água custa menos para o consumidor do que uma viagem de ônibus e Metrô até o supermercado. Um litro e meio sai p... Foto: JF Diório/EstadãoMais
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
Com o valor da integração,é possível comprar pelo menos nove pacotes de suco em pó Foto: Felipe Rau/Estadão
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
Um kit formado porcaderno, lapiseira e borracha custam, em média, R$ 5,12, alguns centavos mais barato do que a integração entre modais Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
Quem tiver que usar ônibus e Metrô para ir a um Mac Donalds para tomar um sundae, vai pagar mais caro do que a sobremesa que custa R$ 5 Foto: Evelson de Freitas/Estadão
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
É possível se proteger de doenças sexualmente transmissíveis e evitar a gravidez gastando R$ 5,83. Este é o preço de um pacote com seis preservativos ... Foto: Divulgação/JontexMais
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
Os trabalhadores que fazem duas integrações por dia vão gastar R$ 11,84. Uma cerveja de garrafa de 600 ml custa até R$ 11 Foto: Paulo Liebert/Agência Estado
Veja produtos mais baratos que a integração de R$ 5,92
Sirva cachorros-quentes para os amigos e família pagando R$ 3,70 em 500 gramas de salsicha no supermercado Foto: Felipe Rau/Estadão
O Rio de Janeiro também terá ato nesta sexta. Marcado para as 17 horas, o protesto começa na Cinelândia, no centro da cidade. Até a noite desta quinta-feira, 7, 7,1 mil pessoas haviam confirmado presença. Na capital fluminense, a tarifa subiu no último sábado, dia 2, de R$ 3,40 para R$ 3,80, o que representa aumento de 11,7%.
Publicidade
Em Belo Horizonte, a tarifa passou de R$ 3,40 para R$ 3,70 no último domingo, 3, sofrendo aumento de 8,82%. Foi o terceiro reajuste em um ano. O MPL da capital também convocou um ato para esta sexta-feira. Será às 18 horas com saída da Praça Sete, no centro. No evento, 3,6 mil pessoas confirmaram presença.
Histórico. A última vez que houve aumento no valor das passagens de ônibus, metrô e trem em São Paulo foi em janeiro do ano passado, quando a tarifa subiu de R$ 3 para R$ 3,50, após ter ficado mais de um ano congelada.
Em 2013, uma série de protestos do Movimento Passe Livre (MPL) marcou o anúncio de aumento nas tarifas de transporte público, que, à época, seria de R$ 3 para R$ 3,20, e os dois governos resolveram recuar. Na ocasião, Haddad também resolveu contratar uma auditoria para analisar o sistema municipal de transporte e avaliar o reajuste necessário.