Polícia amplia operação para o litoral norte de SP após viatura ser baleada em Caraguatatuba

Ação que teve início no Guarujá já soma 16 mortes de civis

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Foto do author Ítalo Lo Re
Atualização:

A Operação Escudo foi expandida para o litoral norte de São Paulo após uma viatura da Polícia Militar ser baleada na madrugada desta quarta-feira, 2, em Caraguatatuba, a cidade com a maior taxa de homicídios do Estado. Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP), ninguém se feriu durante a ocorrência.

A operação foi deflagrada na última sexta-feira, 28, no Guarujá, após o assassinato de um soldado da Rota. Ao menos 16 pessoas morreram na Baixada Santista desde então. Moradores da região têm relatado casos de tortura e execução pela PM. A Secretaria da Segurança Pública diz que as mortes decorrem de conflitos e que os casos são investigados.

Movimentação de policiais militares no distrito de Vicente de Carvalho, no Guarujá Foto: TABA BENEDICTO/ESTADAO

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“A Polícia Militar deflagrou a Operação Escudo em Caraguatatuba com objetivo de localizar e prender os autores dos disparos contra dois policiais militares, vítimas de tentativa de homicídio”, disse a secretaria. Os disparos foram efetuados na madrugada da última quarta, enquanto policiais atendiam a uma ocorrência. O caso é investigado pela delegacia de Caraguatatuba.

Recentemente, após dois policiais militares serem baleados em Santos, a operação também avançou por mais regiões da Baixada Santista. Segundo a SSP, casos de violência mostram “a necessidade de manter em curso a Operação Escudo na região, para sufocar o tráfico de drogas e desarticular o crime organizado”. A previsão é que a operação, que reúne cerca de 600 agentes, dure pelo menos um mês.

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Como mostrou o Estadão, a Operação Escudo já é a ação policial mais letal do Estado desde a onde de ataques de maio de 2006. O balanço oficial mais recente, atualizado nesta quarta-feira, 2, aponta 16 mortes confirmadas. Segundo o governo do Estado, 84 suspeitos de praticar crimes na região foram presos, mas moradores do Guarujá relatam indícios de abusos por parte da PM.

Em entrevista para a Rádio Eldorado, o ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Cláudio Silva, afirmou que órgão tem recebido diversas denúncias por parte da população. “Tem denúncia de uma pessoa que estava com o filho de oito meses no colo e foi entregue para a mãe e essa pessoa foi morta”, disse. Diante dos relatos, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo pediu o “fim imediato” da operação.

Conforme boletins de ocorrência obtidos pelo Estadão, houve disparos de fuzis por policiais em boa parte das ações. Em um dos casos, policiais relataram ter desferido nove tiros de pistola durante a ação. Segundo a secretaria, “todas as ocorrências com morte durante a operação resultaram da ação dos criminosos que optam pelo confronto”.

A pasta afirma que os casos são investigados pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos e pela Polícia Militar, por meio de Inquérito Policial Militar (IPM). “As imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos em curso e estão disponíveis para consulta irrestrita pelo Ministério Público, Poder Judiciário e a Corregedoria da PM”, disse o órgão.

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Caraguatatuba tem maior taxa de homicídios de São Paulo

Como mostrou o Estadão recentemente, Caraguatatuba, localizada em uma das principais regiões turísticas do Estado, registrou a maior taxa de homicídios do Estado no último ano. Com 26,7 casos para cada 100 mil habitantes, a cidade tem índice cerca de três vezes maior que a média do Estado (8,4), segundo dados do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento leva em conta apenas municípios com mais de 100 mil habitantes.

Procurada na última semana, a prefeitura de Caraguatatuba afirmou, em nota, que tem investido na área de segurança pública, “embora seja uma responsabilidade do Estado, principalmente no combate ao tráfico de drogas e solução de crimes por meio das Polícias Civil e Militar”. Segundo a pasta, desde 2017, foram investidos mais de R$ 5 milhões ao ano na área.

”Criamos a Guarda Civil Municipal com mais de 60 homens que atuam em espaços e prédios públicos e dão apoio em operações especiais das polícias. Além disso, foram implantadas mais de 180 câmeras de monitoramento e criamos a chamada Muralha Eletrônica”, disse. A prefeitura afirmou ainda ter realizado melhorias na iluminação pública da cidade.

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