O que a polícia descobriu em possível sítio do PCC

Oito fuzis, duas carabinas e 1,5 tonelada de cocaína pura foram apreendidas em caminhão localizado em um sítio em Aguaí, no interior de São Paulo. Três suspeitos foram presos; reportagem não localizou defesa

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Foto do author Ítalo Lo Re
Atualização:

A Polícia Civil apreendeu oito fuzis, duas carabinas e 1,5 tonelada de cocaína pura em um caminhão localizado em um sítio em Aguaí, no interior de São Paulo. A operação foi realizada no domingo, 6, após investigadores passarem cerca de 15 dias de campana na região.

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Três suspeitos foram presos, incluindo o dono do sítio. O grupo é investigado por um possível elo com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A reportagem não localizou a defesa dos suspeitos.

A estimativa da polícia é que, vendida internamente, a droga apreendida poderia render R$ 30 milhões aos criminosos – ainda não se sabe a origem da cocaína. Já as armas são avaliadas em R$ 860 mil.

Ao menos três armas teriam sido desviadas do Exército da Bolívia, segundo a polícia. Foto: Polícia Civil/Divulgação

A investigação aponta que o armamento, encontrado por agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), seria de uma célula criminosa do PCC investigada por financiar ataques a carros-fortes, em prática conhecida como “novo cangaço”.

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Ao menos três das armas apreendidos teriam sido desviadas do Exército da Bolívia, segundo a polícia. O restante ainda deve passar por exames de balística para identificação da origem.

“É uma das principais ocorrências dessa gestão (Tarcísio de Freitas, iniciada em 2023), porque, além da asfixia financeira, retira poder de fogo do crime organizado”, disse nesta segunda-feira, 7, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Conforme o Deic, o grupo que alvo da operação neste domingo era investigado há cerca de quatro meses pela 4.ª Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat).

Em junho, os policiais descobriram um endereço em Cordeirópolis, também no interior paulista, que serviria para esconder armas para o Primeiro Comando da Capital. Os agentes foram até o endereço na época, mas os suspeitos abandonaram o local um pouco antes.

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Quantidade de cocaína apreendida poderia render R$ 30 milhões aos criminosos, estimam os policiais. Foto: Polícia Civil/Divulgação

Nos meses seguintes, os policiais identificaram que a quadrilha mudava a rotina para evitar ser localizada. Ao mesmo tempo, observaram que se tratava de uma atuação mais ampla do que imaginavam: o grupo parecia distribuir não só armamento, mas também cocaína.

“Durante a investigação, percebemos que eles (criminosos) estavam aproveitando a logística e ‘caminhando’ junto com as drogas”, disse o delegado titular da 4.ª Disccpat, Fabio Sandrin, responsável por coordenar a operação.

Segundo ele, foi por meio do monitoramento de um dos investigados que os agentes chegaram até o sítio em Aguaí, a 200 quilômetros da capital paulista. A ação, então, teve de ser rápida. “A droga chegava (no sítio) e rapidamente chegavam diversos veículos para distribuição”, disse Sandrin.

Como se deu a operação?

Neste domingo, o Deic montou uma operação policial e cercou o sítio. Três suspeitos foram presos, mas a hipótese é que há ao menos dez envolvidos no esquema. No sítio, foi localizada ainda cerca de 1,5 tonelada de cocaína pura, acondicionada em tabletes.

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A investigação aponta que o grupo atuava com distribuição interna de cocaína no Estado, em esquema conjunto com o tráfico de armas. “Essa droga saía rapidamente junto com as armas”, afirmou Sandrin.

Só no caminhão interceptado havia um arsenal com dez armas de grosso calibre:

  • um fuzil do tipo AR 10;
  • seis fuzis FN FAL, calibre 7.62;
  • uma AK calibre 7.62;
  • dois SIG calibre .30.

Além disso, os policiais acharam 325 munições de diversos calibres e 53 carregadores.

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Os três suspeitos, de 27, 31 e 42 anos, foram encaminhados à sede do Deic, na zona norte da capital paulista, onde permaneceram presos em flagrante. Dois deles já têm passagem pela polícia, um por tráfico de drogas (no Mato Grosso) e outro por roubo de armas. O caso foi registrado como tráfico de drogas, porte ilegal de arma e associação para o tráfico na 4.ª Disccpat.

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