A polícia de São Paulo prendeu nesta sexta-feira, 5, seis suspeitos de envolvimento com sequestro relâmpago para roubar dinheiro via Pix. Nesse tipo de crime, que se tornou frequente no último ano, as vítimas são rendidas até que seja feita a transferência bancária pelo celular. O Estado tem visto uma alta de roubos e furtos, que tiveram crescimentos de 9,5% e 31,4% no 1º semestre.
A vítima de sequestro relâmpago foi liberada na manhã desta sexta. Agentes do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) e da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) participaram da ação. Ela é uma motorista de aplicativo e o crime ocorreu quando ela estava trabalhando.
Só que a motorista estava ao telefone com o marido, que estranhou o fato e logo acionou um colega que divide a mesma região de trabalho. A polícia foi acionada e conseguiram resolver o problema, prendendo seis pessoas de uma quadrilha de Taipas, região noroeste de São Paulo, que já fez outras vítimas. "Temos mais 3 mil pessoas no policiamento todos os dias dentro da Operação Sufoco. Por isso é importante que a população ajude a denunciar", disse o coronel Ronaldo Vieira, comandante geral da PM. A Operação Sufoco envolve o aumento do policiamento nas ruas da capital para conter a onda de roubos, principalmente de celulares e feitos por falsos entregadores de delivery.
A inteligência da polícia já tem mapeado os principais locais de cativeiro principalmente em Taipas, Pirituba e na região de Osasco, na Grande São Paulo. Segundo o delegado divisionário da anti sequestro do Dope, Paulo Pilz, as vítimas são atraídas principalmente por apps de relacionamentos. "Cerca de 90% dos casos ocorre desta maneira", alerta.
Em um aplicativo de relacionamento, a pessoa conhece alguém e marca o encontro. Chega com flores, bebida e, de repente, é abordada em um sequestro relâmpago. Outro modelo é com pessoas que fazem vendas. Os bandidos acertam a compra de determinado produto, combinam a entrega, e aproveitam o momento para roubar também via Pix.
"De janeiro para cá, conseguimos reduzir o número de ocorrências, mas continuamos trabalhando forte. Vamos intensificar as operações, mas de cada dez pessoas que prendemos, sete são soltas pouco depois", reclama.
Uma das pessoas presas nesta sexta era um "conteiro", nome dado às pessoas que "emprestam" a conta para essas movimentações financeiras de roubo de Pix. "Ele tinha uma AK 47, uma arma de guerra, uma calibre 12 e uma outra 9 mm, além de farta munição", explica Pilz.
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