atualizado às 12h30
A Polícia Civil e o Ministério Público apreenderam na manhã desta quinta-feira, 14, documentos em uma casa e em um escritório de Hussain Aref Saab, ex-diretor da Prefeitura de São Paulo, suspeito de enriquecimento ilícito e de receber propinas para aprovar empreendimentos imobiliários em São Paulo.
Augusto de Arruda Botelho, advogado de Aref, confirmou a ação e afirmou que os mandatos são "absolutamente desnecessários e têm o objetivo de humilhar publicamente" o ex-diretor da Prefeitura. Botelho afirma que os advogados de Aref sabiam da possibilidade da execução dos mandatos desde segunda-feira, 11, e haviam colocado "toda a documentação à disposição do Ministério Público e da Polícia Civil."
Propina. De acordo com Botelho, a denúncia feita por Daniela Gonzales à Folha de S.Paulo desta quinta-feira, de que Hussain Aref recebeu propina para liberar obras nos shoppings Higienópolis e Paulista da capital é mentirosa e "tem clara motivação financeira".
Daniela é ex-diretora financeira da Brookfield Gestão de Empreendimentos, que faz a gestão dos shoppings Higienópolis e Paulista em São Paulo. A ex-diretora foi demitida em 2010.
O advogado afirma que Daniela é alvo de uma ação por parte da empresa em que trabalhava e as acusações feitas à Folha são motivadas por esse processo. "Ela responderá criminalmente pelas denúncias", afirma Botelho.
A Brookfield nega o conteúdo das denúncias. Em nota, a empresa afirma que Daniela foi demitida "por ter praticado uma série de irregularidades durante sua gestão" que resultaram em uma "investigação criminal".
De acordo com a nota, Daniela Gonzalez move uma ação trabalhista "infundada" contra a BGE por danos morais e que cobra indenização trabalhista. A ex-diretora nega ter praticado irregularidades e se diz vítima de perseguição por não compactuar com o que foi denunciado. A assessoria do vereador Aurélio Miguel, outro acusado por Daniela de receber dinheiro para aprovar as obras nos shoppings paulistas, também nega as informações.