A polícia de São Paulo identificou nesta sexta-feira, 29, mais uma vítima de Leandro Basílio Rodrigues, de 19 anos, preso na quarta-feira em Guarulhos. A vítima, identificada como Viviane da Silva Correia foi morta em 30 de setembro de 2007, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Com mais este caso, sobe para quatro o número de vítimas de Rodrigues. Veja também: Polícia suspeita de número maior de vítimas Assumir 50 crimes não dispensa apuração dos casos, diz especialista Rodrigues confessou que estuprava, roubava e matava mulheres em Guarulhos, na Grande São Paulo. A polícia ainda não sabe ao certo quantas vítimas o acusado, de 19 anos, fez. Ao chegar à delegacia, ainda sob efeito de crack, ele contou 50. Depois, admitiu apenas dois estupros e ter assassinado outras duas vítimas. Mais tarde, Rodrigues acrescentou uma terceira, também estuprada e morta. "Precisamos averiguar todas essas informações", afirmou o delegado Jurandyr Correa Sant'Anna, titular da Delegacia Seccional de Guarulhos. A investigação que levou à prisão do maníaco nasceu do hábito do delegado de acompanhar com atenção todos os casos de violência sexual e homicídios na região. É que Jurandyr era o diretor da Divisão de Homicídios em 1998 quando o motoboy Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, foi descoberto. Nos dias 17 e 21 de agosto, o delegado percebeu o registro de dois boletins de estupro no 2º DP de Guarulhos. A descrição do estuprador era semelhante. Ambas as vítimas diziam que o bandido era um homem negro, jovem, com cerca de 1,80 metro de altura, tinha tatuagem e cabelos raspados. Em um dos casos, o criminoso vestia bermuda e chinelos. "Ou se tratava de um andarilho ou de algum morador do local", afirmou Jurandyr. O delegado encaminhou os casos à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). No dia 26, a delegacia foi informada do assassinato de Aline, de 21 anos, ocorrido na Rua Victor Costa, a cerca de 300 metros de onde a segunda vítima de estupro havia sido atacada no dia 21. A polícia foi ao local e encontrou uma testemunha que disse ter visto o rapaz em companhia da moça. A testemunha contou que o criminoso devia morar numa favela entre os bairros Paraventi e Bom Clímaco. Foi lá que as investigadoras identificaram o suspeito. "A mãe do Leandro (Ana Lúcia Rodrigues da Silva) contou que o filho havia sido expulso pelos moradores da favela porque ele era suspeito de estuprar e matar uma moça", disse a delegada Beatriz Relva, titular da DDM. É que os moradores da favela haviam visto Rodrigues passeando com a moça que apareceu morta mais tarde. As investigadoras apanharam uma foto de Leandro e continuaram rondando o bairro. Entregaram cópias da foto aos policiais militares da 4ª Companhia do 15º Batalhão. Eram 2h30 de quarta, quando o soldado Cosme Silva Ferreira Brandão, de 33 anos, viu passar diante da base da companhia um homem idêntico à foto do suspeito que ele recebera horas antes. Os PMs detiveram o suspeito, que, de imediato, confessou ser o maníaco. Visivelmente sob efeito de crack - os policiais apreenderam com Rodrigues um cachimbo usado para consumir a droga -, o rapaz contou ter mais de 50 vítimas. Na DDM, no entanto, confessou os dois estupros - e foi reconhecido pelas vítimas, todas jovens - e o homicídio do dia 26. Pouco antes de terminar o interrogatório, Rodrigues disse que "gostaria de contar uma outra coisa" à delegada: "Já que eu estou contando tudo, é que tem mais um corpo no Thomeuzão." Os policiais não acreditaram muito, mas foram averiguar a informação. No estacionamento do Ginásio Municipal de Esportes Pascoal Thomeu, encontraram o corpo de Gisele, de 26 anos. Ela estava com as calças abaixadas, como Rodrigues havia contado que a havia deixado. Ao lado do corpo, outro cachimbo de crack.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.