SÃO PAULO - A Polícia Civil prendeu mais três suspeitos de participar do assassinato do casal Romuyuki e Flaviana Ramos e do filho Juan Victor, de 15 anos, encontrados carbonizados dentro de um carro em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, em janeiro. A filha do casal Ana Flávia Gonçalves e a namorada dela, Carina Ramos, já haviam sido presas na semana passada.
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Um dos detidos é Juliano de Oliveira Ramos Júnior, que é primo de Carina e teve a prisão temporaria decretada pela Justiça. Pego na segunda-feira, 3, ele teria confessado o crime, apontado Ana Flávia e a namorada como mandantes e delatado os outros dois comparsas, segundo a Polícia Civil.
Os outros dois suspeitos são Guilherme Ramos da Silva e Michael Robert dos Santos, que foram presos nesta terça-feira, 4. Todos moravam no Jardim Santo André, de onde também eram amigos de Carina e Ana Flávia.
Com Guilherme, a polícia diz ter encontrado objetos que pertenceriam à família morta - como uma TV e um videogame -, além de uma arma não registrada, pela qual também vai responder em flagrante. Réu primário, ele também teria confessado participação no assassinato.
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Já Michael ainda não foi ouvido pelos investigadores. Ele foi detido em Avanhandava, no interior de São Paulo, mas a polícia ainda tem dúvida se ele, de fato, participou da ação.
Suspeitos têm versões divergentes
Para a Polícia Civil, o crime está "praticamente esclarecido". Ainda há dúvidas, no entanto, sobre a dinâmica do crime, a ordem dos assassinatos e a motivação. As versões apresentadas pelos suspeitos, até o momento, são divergentes e os investigadores aguardam o resultado de perícias para formar convicção.
Em depoimento, o suspeito Juliano Júnior afirmou que a Ana Flávia, Carina e os outros três teriam planejado assaltar a família. Isso após receber a informação de que as vítimas haviam recebido R$ 85 mil de uma herança.
Para entrar na casa, em um condomínio fechado, os três suspeitos teriam se escondido no carro de Ana Flávia e Carina. Depois, todos simularam um assalto em que o casal de namoradas eram as vítimas.
Romuyuki e o filho Juan Victor estavam em casa, foram rendidos e colocados em quartos diferentes, segundo o depoimento de Juliano. "Eles queriam a senha do cofre e passaram a agredir", diz o delegado Paul Henry Bozon Verduraz, titular da Delegacia de Investigações Criminais (Deic).
As vítimas teriam sido sufocadas e desfalecido. Laudo preliminar aponta que pai e filho foram mortos com pancadas na cabeça, mas a polícia aguarda o resultado definitivo para cravar a causa.
Após chegar em casa, Flaviana também foi rendida. Os criminosos, então, teriam percebido que não havia dinheiro de herança na residência e receberam aval de Ana Flávia e Carina para matar a família. "Ainda não temos elementos para dizer se todos foram mortos na casa", diz Verduraz.
Foram levados da casa R$ 8 mil, dólares, joias, eletrodomésticos e uma espingarda antiga. Segundo a Polícia Civil, foi Carina quem saiu dirigindo o Jeep Compass, que pertencia à família e depois foi queimado. Para não levantar suspeita, ela teria vestido o uniforme de Flaviana.
Os policiais também procuram um sexto suspeito que teria dado carona para os criminosos na volta. Ele não foi identificado ainda.