Prefeitura barra circulação de tuk-tuks da Grilo em São Paulo após uma semana de funcionamento

Representantes da plataforma, da Prefeitura e do Comitê Municipal do Uso do Viário devem se reunir nesta terça-feira para discutir a viabilidade de funcionamento dos triciclos na capital

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Por Caio Possati
Atualização:

A Prefeitura de São Paulo proibiu o funcionamento dos tuk-tuks elétricos da plataforma Grilo uma semana depois dos veículos, que se apresentavam como alternativa para caronas e transporte de mercadorias em regiões da capital, começarem a circular na cidade.

A administração determinou a suspensão na última sexta-feira, 21, pelo mesmo decreto (nº 62.144) que impediu a operação de mototáxi em janeiro deste ano. Na época, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) vetou o serviço em São Paulo com o argumento de que o transporte de caronas por motos não é regulamentado na capital e que a atividade poderia provocar ainda mais acidentes nas vias paulistanas.

Prefeitura de São Paulo suspendeu o Tuk-tuk da plataforma Grilo, que oferece o serviço de carona e entrega de mercadoria por meio do triciclo elétrico. Foto: Grilo/Divulgação

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A plataforma, porém, entende que o decreto se apoia apenas em motocicletas e não deveria atingir a modalidade de transporte de triciclos.

“Fomos surpreendidos com uma decisão do Comitê Municipal do Uso do Viário (CMUV) da Prefeitura de São Paulo requerendo a suspensão imediata das nossas atividades no município através do Decreto Municipal 62.144, de 6 de janeiro de 2023, sob o argumento de que o uso do triciclo elétrico de cabine fechada é semelhante ao serviço de mototáxi”, publicou a Grilo em uma de suas redes sociais.

A empresa, que também opera em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, também se apoia no argumento de que a plataforma dispõe de autorização para circulação em São Paulo de acordo com as regras exigidas pela Operadora de Tecnologia de Transporte Credenciada (OTTC), e afirma que “irá lutar nas vias administrativas e judiciais, se necessário”.

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“Lamentamos a decisão que afronta diretamente a Lei de Liberdade Econômica, o direito dos passageiros circularem em veículos sustentáveis com segurança, além da oferta de trabalho decente aos condutores com custo zero na cidade considerada ‘a locomotiva do Brasil’”, completou a plataforma.

Para tentar resolver o impasse, representantes da Grilo, da Prefeitura e do Comitê Municipal do Uso do Viário (CMUV) devem se reunir nesta terça-feira em uma reunião convocada pela própria plataforma para discutir a viabilidade de funcionamento dos triciclos na capital, informou a empresa ao Estadão.

Os tuk-tuks, triciclos populares em países da Ásia, começaram a funcionar na capital paulista no último dia 13. A frota da Grilo em São Paulo se resume a 20 triciclos, que circulam dentro de uma área de cobertura de 5,5km² nas regiões da Av. Paulista, Consolação, 23 de Maio e Bela Vista.

Os veículos são chamados de “grilos” porque a proposta do serviço se caracteriza por deslocamentos curtos e rápidos - a ponto de serem equiparados aos saltos do inseto que dá nome a empresa. Os carros possuem capacidade para dois passageiros, cargas de até 300 quilos e atingem, no máximo, a velocidade de 50 km/h.

As operações em Porto Alegre continuam regularmente nesta terça, informou a Grilo. Procurada, a Prefeitura de São Paulo não respondeu aos questionamentos da reportagem até a publicação deste texto.

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