Justiça de São Paulo libera obras do Vale do Anhangabaú

Justiça havia determinado a paralisação dos serviços há uma semana; gestão Covas calculou prejuízo diário de R$ 50 mil

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No Vale do Anhangabaú, obras estão paradas por decisão judicial Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

SÃO PAULO - O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Manoel de Queiroz Pereira Calças, derrubou nesta sexta-feira, 9, decisão liminar da 12ª Vara da Fazenda Pública e liberou a gestão Bruno Covas (PSDB) a retomar as obras de revitalização do Vale do Anhangabaú, no centro da cidade. As obras ficaram paralisadas por sete dias.

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Calças acatou pedido de suspensão da liminar feito pelos procuradores municipais Marina Magro Beringhs Martinez e José Roberto Strang Xavier Filho, formulado na quarta-feira, 7. Eles citaram uma série de razões para suspensão, descrevendo os prejuízos para a cidade caso a capital se mantivesse com canteiros de obras paradas bem no meio da região central por um longo período. Apontaram desde a possibilidade de aumento de roubos por causa dos tapumes a até o atraso na entrega das obras, devido à chegada, no fim do ano, da época das chuvas.

A Prefeitura estimou que e paralisação poderia gerar um custo diário de R$ 50 mil. O prefeito irá no Anhangabaú neste sábado anunciar a retomada. 

A ação que pedia a suspensão das obras havia sido apresentada pela Associação Preserva São Paulo. Um dos principais argumentos era que a obra estava sendo executada sem que a população fosse formalmente consultada, com a realização, por exemplo, de audiências públicas.

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A associação também questionava um chafariz que está no novo projeto, alegando que ele poderia trazer doenças. No pedido ao TJ, os procuradores também rebateram esses pontos. “No estágio atual, considerando-se os elementos aqui reunidos, em contraste com a míngua de indícios de dano urbanístico, ambiental ou ao patrimônio histórico, não há por que se interromper a Requalificação do Vale do Anhangabaú e dos Calçadões do centro paulistano”, diz o pedido. 

Calças concordou com os argumentos dos procuradores. “O presente caso representa uma evidência de que fazer a escolha pela alternativa à primeira vista mais segura e cautelosa – no caso, a paralisação da obra em sede cautelar – pode ser na verdade fonte de novos riscos ainda mais significativos”, escreveu, em sua decisão, o presidente do TJ. 

A promessa da Prefeitura é entregar a restauração do Anhangabaú até junho do ano que vem.

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