Com o título de cidade mais alta do Brasil, Campos do Jordão, a 170 quilômetros de São Paulo, é recheado de pontos turísticos que enaltecem a vista dos seus 1.628 metros de altitude. Justamente por sua altura, a temporada alta da cidade é no inverno, mas também serve de refúgio para quem gosta de climas amenos nos dias de calor.
“A gente foge do calor vindo pra cá”, conta a fotógrafa Patrícia Massaria, de Vitória, no Espírito Santo. Desde 2019, ela e a família têm o costume de visitar Campos ao menos uma vez ao ano para aproveitar as temperaturas mais baixas. “Dessa vez viemos para ficar uma semana e o legal é que sempre tem coisa nova e pra diferentes tipos de público”, diz.
Para quem adora observar a natureza, o Parque Amantikir é o lugar. Afinal são 60 mil metros quadrados, totalmente acessíveis, divididos em 17 jardins inspirados em diferentes lugares do mundo, com mais de 700 espécies de plantas ao todo. “Quem trabalha com paisagismo, sabe que existem diversos estilos e eu acho importante fazer esse percurso histórico, então eu quis contar a história do paisagismo em várias culturas”, explica o idealizador do parque Walter Vasconcellos.
Paisagista há mais de 40 anos, Vasconcellos garante que “um bom jardim precisa ter surpresas”, assim fez questão de investir no upcycling, quando você pega um produto que iria para descarte e o transforma em útil - caso dos cacos de vidro que viraram “pedras” ao redor da grama ou das garrafas de cerveja que hoje servem de decoração próximo ao mirante - e colocar pontos de interesses espalhados pelo parque.
O passeio completo dura em torno de duas horas, variando de acordo com a velocidade da caminhada do turista e a parada para observar o espaço. “Quando vejo as pessoas só vindo e tirando fotos, eu sinto pena por elas. É como se eu tivesse servindo um grande banquete e as pessoas só tivessem tirando fotos do prato”, reflete.
Quem quiser saber mais da história de cada elemento dos jardins, é recomendado o tour guiado, que tem o mesmo valor do tour normal (R$ 80), mas oferece muito mais riqueza de detalhes. Esse tipo de tour, no entanto, só pode ser oferecido fora dos horários de pico, que são nos finais de semana, das 11h às 14h. O ponto negativo do horário são as filas que se formam.
O nome do espaço vem de uma lenda que diz que a princesa Tupi e o sol se apaixonaram. Mas a lua, enciumada, decidiu prender a princesa em uma enorme montanha. Triste, ela chorou por anos e deu assim origem aos rios e nascentes da região, por isso deram o nome Amantikir: a montanha que chora. O nome, que em um primeiro momento parece tão diferente, na verdade, continua o mesmo, mas por conta do sotaque lusitano virou Mantiqueira.
Perto dali, o Parque Tarundu, com mais atividades de aventura, a Fazendinha Toriba, que oferece contato com animais da fazenda, e a Cervejaria Campos do Jordão, com opções de trilha e visita da fábrica, também proporcionam uma vista parecida da cidade e da Serra da Mantiqueira.
Um pouco mais afastado, já na estrada para Pindamonhangaba, o Parque do Itapeva. “O objetivo é fazer uma vila medieval, inspirada na cidade de Pérouges, na França, que eu conheci e fiquei apaixonado. Mas como aqui é muito grande, começamos com o Mirante”, conta o diretor Saint’Clair Vasconcelos. A inspiração medieval fica, por enquanto, por conta do café no Castelinho que o lugar oferece. A entrada de R$ 20 oferece visita ao mirante, acesso ao café e passeio no lavandário.
“A ideia é proporcionar contato com a natureza para o visitante. As pessoas vem e ficam aqui horas observando a paisagem que permite vista de até 11 cidades da região paulista, desde São José dos Campos até Cachoeira Paulista”, diz ele.
Na frente da entrada do Parque, o Lago do Pico Itapeva - que também é propriedade de Vasconcelos - está sendo revitalizado e contará, até janeiro do ano que vem, com opções de pedalinho, trilhas e bar com opções de petiscos.
“Suíça brasileira”
Uma vista diferente, mas tão bonita quanto os pontos que dão visão para a Serra da Mantiqueira é no centro da cidade. Na Vila Capivari, todos os estabelecimentos seguem o mesmo padrão de arquitetura para garantir o apelido da cidade de “Suíça Brasileira”.
São diversas lojas de roupas, bares, restaurantes e quiosques que fervem com turistas querendo provar um pouco de tudo. Os pontos mais populares são as fábricas de chocolate e uma das mais tradicionais, a Liége Chocolates, fica no corredor mais instagramável da cidade, o Boulevar Geneve.
“O nosso diferencial é produzir nossos chocolates semanalmente, além de não adicionarmos nenhuma essência, apenas a fruta, e somos reconhecidos pela qualidade do nosso doce”, conta Cybele de Oliveira, uma das proprietárias da empresa.
“Quem faz a produção, aliás, é minha irmã, que se formou em chocolatier. É uma empresa 100% familiar”, diz. Outras que podem ser visitadas são Fábrica de Chocolate Araucária, Spinassi Chocolate e Chocolate Montanhês.
Caminhando pouco mais de 200 metros, você chega no Parque Capivari, espaço da cidade que desde de 1970 tem o lazer, a gastronomia e as compras como seus pilares principais. Naquela época a estrela era o teleférico (R$ 65 por pessoa) - o primeiro de cadeirinha a funcionar no Brasil -, mas hoje disputa lugar com o Trenó na Montanha (R$ 50, individual; R$ 75, dupla), atração que parece uma montanha-russa e chega a quase 40 km por hora.
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“O nosso diferencial é que o nosso teleférico é totalmente acessível, pet-friendly (é cobrado R$ 18 quando não estão no colo), temos opções de cabine com até 8 lugares e cadeiras de até 6 lugares. E o nosso trenó é o único no sudeste do Brasil”, explica Robson Santos, analista de marketing do Parque.
Apesar do preço alto, o público parece se interessar nas atrações, que estão sempre cheias. “Esse ano a gente tem uma expectativa de público de 3 milhões e meio de pessoas”, garante ele.
A entrada do Parque, que é gratuita, pode ser feita pelo centro ou pelo Morro do Elefante (que é o destino do teleférico ou pode ser alcançado por carro). Ali de cima, é possível curtir o espaço gastronômico enquanto se desfruta da vista de 1,8 mil metros da cidade.
Outros pontos turísticos com vistas imperdíveis:
- Prana Pôr do Sol
Espaço tem cafeteria, mirante e escultura de “Mão de Deus”; saiba mais aqui.
Endereço: Rua Gustavo Biagioni, Estr. p/ O Pico do Itapeva, 7900 | Horário: 10h às 19h | Ingresso: R$ 40 por pessoa
- Vista Chinesa
No meio da Rodovia SP-123, o pico permite olhar a região do Vale do Lajeado.
Endereço: Rodovia SP 123 pouco antes do portal de Campos do Jordão | Horário: aberto 24h | Ingresso: gratuito
- Pico do Imbiri
Para chegar no espaço de 1,8 mil metros de altitude é preciso gostar de trilha e não se importar com a terra. Há opções de passeio com quadriciclo.
Horário: aberto 24h | Ingresso: gratuito
- Parque da Lagoinha
Espaço de 48 mil m² com boa estrutura para famílias e crianças com pistas para caminhada e interações com os animais.
Endereço: Av. Pedro Paulo, 1455 | Horário: de quarta a segunda, das 9h às 18h | Ingresso: gratuito com opções de compra dentro do estabelecimento
- Bosque do Silêncio
Mais de 2 mil metros de trilhas, opções de arvorismo e espaço gastronômico com a choperia Baden Baden.
Endereço: Av. Senador Roberto Simonsen, 1724 | Horário: todos os dias das 9h às 17h | Ingresso: R$ 30
Serviço
- Parque Amantikir
Endereço: Rua Simplício Ribeiro de Toledo Neto, 2200
Horário de funcionamento: todos os dias, das 9h às 16h
Mais informações: www.parqueamantikir.com.br/
- Parque do Itapeva
Endereço: Estrada para O Pico do Itapeva - Pindamonhangaba
Horário de funcionamento: todos os dias, das 9h às 17h
Entrada: R$20 e taxa de estacionamento de R$20 para carros e R$15 para motos
- Liége Chocolates
Endereço: Jardim Elizabete, Campos do Jordão
Horário de funcionamento: de domingo a quinta, das 10h às 22h. Sexta, sábados e e feriados das 10h às 00h
Mais informações: www.instagram.com/liegechocolatesoficial/
- Parque Capivari
Endereço: Rua Engenheiro Diogo José de Carvalho, 1.291 - Campos do Jordão
Horário de funcionamento: de domingo a quinta, das 9h às 21h. Sexta, Sábado e Feriados, das 9h às 22h
Ingressos antecipados: www.tickets.parquecapivari.com.br
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