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Quanto tempo você fica no trânsito em SP? Estudo faz as contas

Paulistanos gastam quase duas horas e meia para se deslocar pela cidade; aqueles que utilizam o transporte público levam cerca de 20 minutos a mais que a média

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Foto do author Isabela Moya

Entre ônibus, metrô, carro, trem e bicicleta, os moradores de São Paulo levam, em média, 2 horas e 25 minutos para se deslocar pela cidade para todas as suas atividades diárias. Em um mês, ao considerar esses deslocamentos em todos os dias úteis, são mais de dois dias inteiros (48 horas e 20 minutos) presos no trânsito.

Se considerados apenas aqueles que se deslocam com transporte público, a média paulistana é de 2 horas e 47 minutos, um aumento de 10 minutos em relação ao apurado no ano passado. Os dados são da pesquisa Viver em São Paulo, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ipec, que entrevistou 800 pessoas.

Todo mês, paulistanos ficam mais de dois dias inteiros (48 horas e 20 minutos) presos no trânsito. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O tempo gasto diariamente no trânsito não difere muito entre as regiões da capital paulista:

  • zona sul: 2 horas e 46 minutos diários
  • zona norte: 2 horas e 11 minutos
  • zona leste: 2 horas e 15 minutos
  • zona oeste: 2 horas e 21 minutos
  • centro: 2 horas e 23 minutos

Já ao levar em conta apenas o deslocamento para a atividade principal dos moradores, como trabalho ou estudo, o levantamento mostrou que os paulistas levam, em média, 1 hora e 38 minutos, um recuo de 15 minutos com relação a 2023. No caso dos que usam transporte público, o tempo aumenta para quase 2 horas.

Meios de transporte

O ônibus municipal é apontado como o meio de transporte usado com maior frequência pelos paulistanos, seguidos do carro e do metrô.

“É possível notar que a parcela de pessoas que declara utilizar o transporte coletivo com maior frequência em seus deslocamentos pela cidade vem aumentando desde o período pós-pandemia, em contrapartida à redução do uso do transporte individual”, afirma o documento. Em 2020, o ônibus era utilizado por 47% dos moradores; neste ano, por 61% deles.

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Ônibus é o meio de transporte mais utilizado pelos paulistanos. Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Como o Estadão mostrou, especialistas afirmam que a capital paulista precisa acelerar a implementação de soluções inovadoras e sustentáveis para oferecer transporte de qualidade e com menos impacto ambiental aos seus 11,5 milhões de habitantes. Investir nos sistemas coletivos e na transição energética precisam ser prioridades.

Na contramão, os meios de transporte individual - carro particular ou por aplicativo, a pé, bicicleta, táxi e motocicleta - são cada vez menos usados desde a pandemia. Em 2020, essas formas de locomoção eram a escolha de 53% da população; hoje, são de 38%, ainda que pouco mais da metade dos domicílios da capital possua um carro de passeio e um em cada dez moradores tenha o hábito de usar bicicleta para se deslocar.

Entre os que diminuíram a frequência de uso do carro, o preço do combustível e a economia ou redução de custos são as principais razões. Já a possibilidade de furtos e roubos é o que mais afeta a vontade da população de usar as bicicletas nas ciclovias e ciclofaixas da capital.

O perfil dos usuários de cada meio de transporte, porém, varia conforme a classe social. Os que mais usam transporte coletivo são, majoritariamente, das classes D e E, que não possuem carro particular e têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos. Enquanto isso, mais da metade dos moradores que mais usam transporte individual são das classes A e B, possuem carro particular e têm renda familiar mensal maior que 5 salários mínimos.

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Quando perguntados as principais razões para que os moradores não usuários de transporte coletivo passem a adotá-lo, os entrevistados citam que a impossibilidade do uso do carro, a diminuição do tempo de espera (que aumentou desde o ano passado) e a existência de mais linhas de ônibus são os principais motivos que os fariam realizar essa troca.

Por sua vez, entre aqueles que usam os ônibus municipais, a frequência e lotação dos ônibus municipais são apontados como os principais problemas a serem resolvidos, seguidos da pontualidade e do preço da tarifa.

Em relação ao impacto do preço da passagem em suas vidas, cerca de 40% dos paulistanos entrevistados afirmaram deixar de visitar amigos e familiares e um terço disse deixar de realizar atividades de lazer.

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“Nesse contexto, assim como em anos anteriores, a sensação é de que a lotação, o tempo de espera e a insegurança/assédio sexual aumentaram em relação a um ano atrás; já a percepção sobre o tempo de duração das viagens no transporte coletivo fica dividida entre aumentou ou ficou igual”, diz a pesquisa.

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