Rio Pinheiros terá passarela flutuante e deve ganhar mais acessos para ciclistas

Estrutura tem inauguração prevista para julho e integra um plano viário para a região, com passarelas e rampas. Proposta quer atrair mais pessoas para as margens

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Por Caio Possati
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São Paulo vai ganhar nos próximos dias a primeira passarela flutuante da cidade, sobre o Rio Pinheiros, para uso exclusivo de ciclistas. Isso faz parte de um plano viário para a área, que passa por revitalização. Também estão nos planos do governo estadual e da concessionária responsável pelo Parque Bruno Covas, às margens do rio, criar mais acessos para bikes e pedestres e até transformar uma antiga ponte para carros em via só para ciclistas.

A passarela flutuante feita de alumínio terá 110 metros de extensão, iluminação para o tráfego noturno e ponto de aluguel de bicicletas nas proximidades. A estrutura está instalada na altura das estações de trem da Granja Julieta e João Dias (na margem leste), e na frente do Parque Global (margem oeste). No último final de semana de junho, a ponte foi testada e aprovada, mas passa pelos últimos ajustes antes de ter o acesso liberado para o público.

Passarela está instalada na altura das estações de trem da Granja Julieta e João Dias (na margem leste), e na frente do Parque Global (margem oeste). Foto: Werther Santana/Estadão

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Tocada pela iniciativa privada ao custo de R$ 3 milhões, a ponte flutuante puxa a fila de uma série de outras ações previstas para serem implementadas na região pelos próximos meses. No contrato que o consórcio Novo Rio Pinheiros (que administra o Parque Linear Bruno Covas) estabeleceu com o governo do Estado (detentor do local), estão combinadas intervenções de mobilidade urbana para aumentar a ocupação das pessoas nas margens do rio.

Na prática, isso inclui a construção de novas ciclovias flutuantes, a instalação de rampas em pontes já existentes e a implantação de passarelas sobre a Marginal para melhorar o acesso de ciclistas à ciclovia e ao parque linear — como a recém inaugurada pelo consórcio localizada em frente ao Parque Global.

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“Não se trata somente da implantação de uma passarela flutuante, mas de todo um sistema de passarelas e ciclopassarelas. Trata-se de um projeto muito maior”, afirmou ao Estadão o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do governo paulista, Fernando Chucre. As ações dialogam com o movimento de revitalização do rio, que também passa por iniciativas de despoluição.

Não vai demorar muito para os paulistanos ganharem a segunda passarela de igual estilo. Até o final de 2022, os responsáveis pelos projetos garantem a instalação de outra travessia exclusiva para ciclistas que vai flutuar sobre o Rio Pinheiros. A via será feita perto da Ponte Cidade Jardim e do Parque do Povo, localizado no lado leste.

“Além de fazer as interligações, os novos caminhos também servirão de atalhos para os ciclistas que precisam chegar ao lado oposto da Marginal. A passarela flutuante vai facilitar para muitas pessoas que querem e precisam ir da margem oeste para a leste”, disse Michel Farah, fundador da Farah Service, uma das empresas do consórcio que administra o Parque Linear Bruno Covas e a ciclovia que fica do lado leste do Rio Pinheiros.

Farah cita também que as pontes flutuantes vão beneficiar diretamente cerca de 400 mil pessoas, em especial as que moram no lado oeste do rio e precisam usar os transportes públicos que se encontram no outro lado da Marginal. “Elas vão poder entrar no Parque (Linear Bruno Covas), atravessar essas passarelas e acessar, por exemplo, as estações de trem da linha Esmeralda para conseguir ir para o seu trabalho facilmente”, cita.

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Como a proposta do projeto está em viabilizar a presença de pessoas nas margens do rio Pinheiros, uma das metas do consórcio, de acordo com Farah, é ampliar o acesso dos ciclistas à ciclovia e ao parque. “Hoje temos 10 entradas. Queremos aumentar para 20”, diz.

Para isso, estudos estão sendo feitos para a implantação de outras ciclopassarelas na região, e também intervenções urbanas que melhorem a mobilidade no local e facilite o deslocamento dos ciclistas e pedestres. Um projeto encaminhado prevê, até o final do ano que vem, a transformação da ponte velha do Jaguaré em uma ciclopassarela, com a adição de duas novas rampas. Hoje, o local está desativado para os carros.

Ciclistas passam em frente passarela flutuante, que vai ser inaugurada entre os dias 13 e 15 de julho, sobre o Rio Pinheiros. Foto: Werther Santana/Estadão

Estruturas

Ações que também estão no horizonte são a construção de uma ciclopassarela que vai conectar o Parque Villa-Lobos até a ciclovia do Rio Pinheiros; e outra que será construída nas proximidades do shopping Jardim da Cidade e do colégio Avenues, que vai passar sobre a Marginal e alcançar o parque linear.

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Outro projeto ainda em estudo, também citado por Farah, pretende melhorar o trânsito por meio de ampliação de faixas, aumento do tempo de farol semafórico, rebaixamento de guia, entre outras medidas.

Caráter multifuncional da ciclovia pode ser resgatado com ações

Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike e consultor em política de mobilidade urbana, reconhece que as ações implementadas pelo consórcio têm ajudado a resgatar o caráter multifuncional da ciclovia, que acabou se perdendo com os avanços da construção das linhas de trem do lado leste.

Contudo, alguns acessos à ciclovia precisam ser corrigidos, como a travessia via Ponte da Cidade Jardim. Uma rampa no local faz parte do planejamento de ações do consórcio.

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Sobre as passarelas flutuante e aérea, que serão inauguradas em breve, Guth entende que são avanços importantes. “Eu entendo que ela é importante, mas não sei o quanto está bem feita. Mas o rio é um grande divisor da cidade, de bairros e regiões. Então, permitir a travessia de forma segura e dar oportunidade de aproximar as duas margens, eu considero importantíssimo”, opinou.

Correções

Uma versão anterior desta reportagem citava incorretamente uma estação de trem inexistente em São Paulo (Nova Esmeralda). A declaração foi corrigida. Trata-se da linha Esmeralda.

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