UVA VINHO vinicola. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Rota do vinho perto de SP é opção de programa com clima familiar

Vinícolas da região de Jundiaí são íntimas e degustações, mais modestas; ambiente aconchegante faz visita valer a pena

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Foto do author Ana Lourenço
Atualização:

É verdade que quando falamos de rota de vinhos, a bebida é o ingrediente principal. Mas pesa também a possibilidade de o lugar oferecer um espaço aconchegante, próximo da natureza, para relaxar e desfrutar uma bela taça.

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Em agosto, o governo de São Paulo lançou o programa Rotas do Vinho de São Paulo, reunindo 66 vinícolas do Estado com experiências de enoturismo - de visitas às adegas até harmonizações.

A rota do vinho de São Roque, consagrada há anos, está na lista, assim como outras vinícolas e cidades que o Estadão já visitou. A próxima parada do Bate-Volta SP é o Circuito das Frutas, bloco turístico com o maior número de vinícolas de todo o roteiro (17), que abrange as regiões de Jundiaí, Louveira e Vinhedo.

“São Paulo foi a pioneira em viticultura. Mas em certo momento isso se deslocou para o Sul do País e ficou para nós a uva de mesa”, diz Ariana Sgarioni, proprietária da Beraldo di Cale. “Foi perto dos anos 2000 que se descobriu a questão da dupla poda (técnica que consiste na inversão do ciclo da videira com a realização de duas podas anuais, no inverno e no verão). E aí, sim, viu-se o potencial de São Paulo produzir vinhos finos também.”

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Vinhos de mesa são a maioria na região do Circuito das Frutas Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em Louveira, a Vinícola Micheletto investe, desde 2004, em testar variedades de uvas como Safira, Syrah, Cabernet Franc e Moscatel em seu terroir. O resultado pode ser experimentado em degustações harmonizadas (a partir de R$ 260), degustações premium (a partir de R$ 120) ou piqueniques nas parreiras (a partir de R$ 280). Os passeios são de quarta a domingo, mas precisam ser reservados antecipadamente.

Além de provar as bebidas, que muitas vezes são feitas em caves intimistas, o visitante é convidado a conhecer a propriedade de quatro hectares e ver de perto as parreiras. Apesar de serem pet friendly, nesses passeios guiados os bichinhos não são aceitos.

Música, restaurante e natureza

Foi orgânico o nascimento do restaurante da Beraldo di Cale, vinícola que fica em uma charmosa propriedade rural de Jundiaí. Ao todo, são 26 hectares, com mata ao redor, presença de animais - de borboletas a macacos - e até um braço do Rio Jundiaí-mirim cortando o espaço ao meio. Por isso mesmo, é também convidativo para o visitante passar a tarde brincando com os pés na água e observando a natureza.

Não demorou muito até que houvesse pedidos por um espaço que oferecesse comida e bebida também. Assim nasceu o restaurante que hoje tem fila de espera de quase duas horas aos sábados, música ao vivo no fim da tarde aos fins de semana e muita comida italiana caseira de alta qualidade.

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Independentemente da escolha de prato principal, não deixe de provar a sobremesa Felicitá (R$ 25), um doce de polenta frita com doce de leite e sorvete de creme.

Para o futuro, Ariana planeja oferecer o combo degustação + tour, já comum no enoturismo. Mas, por enquanto, a degustação dos produtos é feita de modo simples, na própria adega do lugar. Além de todos os rótulos fabricados no local, é possível encontrar queijos, licores e outros produtos da região. A vinícola também produz uma cachaça especial, a Mexeriquinha, que é embebida na fruta. Minha dica? Peça a caipirinha dessa delícia.

A uva da cidade

As primeiras vendas de vinhos em Jundiaí, conhecida como terra da uva, é de 1669. A bebida era fruto de uma produção familiar, simples e feita com as sobras das uvas que não eram vendidas como alimentos. Nos últimos 25 anos, no entanto, as novas descobertas da agricultura e o crescimento turístico da região transformaram o local.

“Mas a gente não pode esquecer que 80% do consumo brasileiro é de vinhos de mesa. Esse é o paladar que nosso público prefere”, afirma Ariana. A questão é como inovar diante desse dado. Na Beraldo di Cale, por exemplo, um dos destaques é o espumante da uva Niágara - aquela que consumimos no dia a dia.

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A Vinícola Castanho conta com vários rótulos de mesa feitos de uva bordô e niágara, mas também recebeu prêmios com suas linhas de vinhos fino. No ‘Tour do Vinho’ (R$ 50 por pessoa), é possível degustar quatro rótulos, incluindo os premiados. É necessário fazer agendamento prévio. Mas, na loja do espaço também há pequenas amostras dos vinhos, licores e cachaças da casa.

Além dessas, na estrada você encontra várias outras como a Adega Brunholi, que abriga o Museu do Vinho, a Adega Família Ferragut e a Vinícola Oliveira.

Para fazer o tour em segurança, algumas empresas, como a Augustus Tour, a Rizzatour, ou o guia de turismo Yan Formizani oferecem pacotes com transporte e visita nas vinícolas. É possível ainda sair diretamente de São Paulo com o Expresso Turístico da CPTM.

Serviço

  • Vinícola Micheletto

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Endereço: Estrada Tereza Bizetto Cestarolli, 218 – Louveira

Horário de funcionamento:

Empório: segunda a sábado, das 9h às 18h; domingo, das 9h às 16h

Quiosque (espaço com petiscos, lanches e doces): sábado, domingo e feriados, das 10h às 18h

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Mais informações: www.vinhosmicheletto.com.br/


  • Beraldo di Cale

Endereço: Estrada de Jarinu km 12 - Caxambu, Jundiaí

Horário de funcionamento:

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Restaurante: sábados, domingos e feriados, das 11h30 às 16h

Adega: terça a domingo, das 9h às 17h

Mais informações: www.beraldodicale.com.br/


  • Vinícola Castanho

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Endereço: Travessa dos Patos, 1050, Castanho – Jundiaí

Horário de funcionamento: Segunda a sábado, das 9h às 17h30; Domingos e feriados, das 9h às 13h

Mais informações: www.vinicolacastanho.com.br/


  • Augustus Tour

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Informações via WhatsApp (11) 97814-7854

  • Rizzatour

Reservas podem ser feitas diretamente pelo site ou via WhatsApp (11) 97172-1821

  • Yan Formizani

Informações via WhatsApp (11) 96429-5999

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