Qual é o novo cartão-postal de São Paulo? Pelo Instagram, o Estadão convidou os leitores a indicarem os símbolos da cidade no século 21, em celebração ao aniversário de 469 anos de fundação da capital paulista. As respostas foram variadas, do Parque Augusta a espaços recém-inaugurados, como a roda-gigante do Parque Cândido Portinari. O espaço mais citado não foi, contudo, tão surpreendente: a Ponte Estaiada.
Oficialmente batizada de Ponte Octavio Frias de Oliveira, a construção tem dimensões monumentais, com 130 metros de altura, cerca de 500 toneladas, 144 estaias (feixes de cabos de aço flexíveis) e pistas de 1,4 quilômetro de extensão. O formato em “x” também chama a atenção, assim como a localização junto ao Rio Pinheiros e um horizonte repleto de arranha-céus espelhados, na zona sul paulistana.
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A ponte é comumente representada como símbolo paulistano em canecas, camisetas e outros produtos vendidos como suvenir. Também costuma ser palco de intervenções artísticas e eventos, como o balé aéreo realizado na Virada Esportiva de 2021 e um desfile de moda em 2012.
A inauguração ocorreu em 2008, em clima de campanha, com benção do Padre Marcelo Rossi e em meio a protestos contra o então prefeito Gilberto Kassab (PSD), como reportagem relatou à época. Na proposta original, divulgada pela Prefeitura, cogitava-se construir um espaço cultural no térreo, com livros, revistas, lanches e lembrancinhas, além de um mirante, o que não ocorreu.
Como o Estadão também contou, cerca de 420 pessoas trabalharam na obra, com custo de R$ 233 milhões, em valores não atualizados. O projeto foi assinado pelo arquiteto João Valente Filho. Já o engenheiro Catão Francisco Ribeiro é considerado como o “pai” da construção. Embora icônica, a obra divide opiniões entre a população e especialistas em planejamento urbano.
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Nas páginas do Estadão, o premiado jornalista Daniel Piza descreveu os últimos meses da obra: “No começo parecia que seria mais uma ponte em São Paulo, com o habitual aspecto de um minhocão de concreto suspenso sobre nossas cabeças. Mas agora já se vê que não é bem assim. Depois de desembocar na Marginal do Pinheiros ao contornar a curva sob a Ponte Ary Torres e acompanhar o ‘skyline’ do outro lado, o que o cidadão encontra é uma obra atraente e enorme, que rapidamente avança para sua fase final: a Ponte Estaiada.”
“O mastro dela é como um prendedor ou pinça gigante em pé, da qual desce como cordas de uma harpa uma série de cabos amarelos – os ‘estais’ – que suspendem duas pontes em curva, as quais se cruzam como num laço sobre o Rio Pinheiros. A altura dessa obra inédita no Brasil, que deve ser inaugurada em março de 2008, chegará a 138 metros, equivalente à de um arranha-céu - e fará dela um marco urbano que perde em dimensão apenas para alguns edifícios de São Paulo, como o Mirante do Vale, o Itália e o Banespa. No momento, a obra já está a 120 metros de altura. Daqui do alto, São Paulo parece moderna, bonita e até organizada”, descreve o jornalista.
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“Hoje, é como se São Paulo tivesse ganhado um novo centro, uma versão ‘pontocom’ do que a Avenida Paulista representou entre os anos 50 e 80 do século 20. A construção da ponte, iniciada em 2003, tem esse sentido. Quando estiver pronta, vai somar muito a este novo cartão-postal da cidade – principalmente à noite, quando estiver iluminada por um fileira de holofotes que lançarão uma luz amarelada para cima, segundo o projetista da ponte, João Valente”, continua Piza.