Atualizada às 21h02
SÃO PAULO - O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) reúne cerca de 10 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, e 12 mil, segundo o movimento, em um ato contra a falta de água. Os manifestantes se concentraram no Largo da Batata e seguiram em direção ao Palácio dos Bandeirantes, onde chegaram por volta das 20h30 desta quinta-feira, 26. O Shopping Iguatemi foi fechado preventivamente por causa da manifestação. 120 policiais militares acompanham o ato.
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de alguns coletivos, além de partidos políticos como PSOL, também se participam do ato. Há crianças, adultos e idosos vestindo vermelho. Por volta das 21h, o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, disse que uma comissão seria recebida no Palácio para negociações.
"O problema da água é incrível. Quem mais sofre são os mais pobres, que não têm dinheiro para comprar galões e galões de água mineral. E, quando chove, de novo são os mais pobres que sofrem com os alagamentos. Tudo isso não é culpa do São Pedro, é culpa de políticos", disse Luciana Genro (PSOL), que participa do protesto.
Um caminhão pipa com 5 mil litros de água potável foi contratado pelo movimento para fazer a marcha. Integrantes do MTST fazem a escolta do caminhão com armas feitas de canos, para simular uma situação de roubo de água. A água não será usada pelos manifestantes.
"Milhões de pessoas estão sendo afetadas há meses por um racionamento seletivo, principalmente na periferia e região metropolitana. A gente defende um plano emergencial a ser adotado pelo governo, que inclua distribuição de caixas de água e cisternas, abertura de poços artesianos, transparência em relação ao uso da água poluída da Billings e nenhum tipo de reajuste na tarifa", disse Boulos.
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