Sistema de ejeção salva pilotos da FAB pela 2ª vez em acidentes; saiba como é

Mecanismo que salvou piloto após aeronaves colidirem nesta sexta-feira, 1, no interior de SP, é o mesmo usado durante queda de avião no Rio Grande do Norte, no dia 22

PUBLICIDADE

Foto do author Gonçalo Junior
Atualização:

Após colidir com outra aeronave durante treinamento de voo nesta sexta-feira, 1, um piloto da Força Aérea Brasileira (FAB) conseguiu se salvar minutos antes do avião em que ele estava cair em Pirassununga, na região de Piracicaba, no interior de São Paulo. Isso graças ao sistema de ejeção da aeronave. O mecanismo é o mesmo que ajudou a preservar a vida de outro piloto da FAB em acidente aéreo que ocorreu no dia 22 de outubro, na região metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte.

01/11/2024 Dois aviões Embraer Tucano da FAB colidem em voo e cadete se ejeta - Na manhã desta quinta-feira (1º), duas aeronaves Embraer T-27 Tucano, da Força Aérea Brasileira (FAB), colidiram durante um treinamento próximo à Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga, São Paulo. Crédito: Reprodução via twitter/x/@aero_in Foto: Reprodução via twitter/x/@aero_in

PUBLICIDADE

Como mostrou o Estadão logo após o caso na Grande Natal, o sistema de ejeção é simples e rápido, de acordo com especialistas . “O objetivo é criar energia suficiente para o piloto se afastar cerca de 60 metros da aeronave, distância segura para que ele não seja atingido pela cauda, por exemplo”, disse o professor Valmar Gama, diretor de programas e tecnologia da Associação Brasileira de Segurança de Voo (Abravoo).

Essa energia pode ser criada de duas formas:

  • No sistema explosivo, o piloto aciona um compartilhamento localizado embaixo do banco que explode e empurra o assento para cima - a cadeira é fixa em um trilho vertical.
  • No sistema balístico, a cadeira é ejetada por foguetes laterais que fazem sua sustentação.

Publicidade

Atualmente, as aeronaves usam uma combinação dos dois sistemas - explosivo e balístico - para garantir a segurança da ejeção, explica Gama. “A ejeção funciona, inclusive, com o avião parado e ao nível do solo”, explica.

Existe outro dispositivo que facilita a “fuga” do piloto. A cadeira possui duas hastes (ou chifres) no encosto que são capazes de quebrar a redoma de proteção da aeronave - se ela não se abrir automaticamente.

Fora da aeronave, quando ainda está no ar, o piloto é protegido por um sistema com três paraquedas. O primeiro é acionado automaticamente. “Já fora da aeronave é acionado o paraquedas e o piloto é também separado do assento”, disse o especialista Roberto Peterka.

O piloto ejetado nesta sexta-feira em Pirassununga foi resgatado por equipe de salvamento da FAB próximo à Rodovia Anhanguera, que passa por Pirassununga. Seu estado de saúde não foi revelado. A aeronave, um Embraer T-27 Tucano, caiu e ficou destruída, como mostram vídeos de populares.

Publicidade

Não houve vítimas, segundo a FAB. O piloto do segundo avião envolvido na colisão conseguiu pousar em segurança. Ele também realizava treinamento de voo na Academia da Força Aérea (AFA), uma das principais instituições de formação da FAB e responsável pelo treinamento dos pilotos militares da Aeronáutica.

Informações iniciais apontam que o leme de uma aeronave se chocou com a hélice da outra, resultando em sérios danos a ambos os aviões Tucanos. “O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) investigará o acidente a fim de identificar os possíveis fatores contribuintes para evitar que novas ocorrências semelhantes ocorram”, informou a FAB em nota.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.