O governo estadual vai reforçar o patrulhamento na região central da capital paulista. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou nesta sexta-feira, 5, que 400 novos policiais atuarão na região, um dos principais pontos de atenção do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O reforço tem foco na contenção de roubos e furtos com motos e bikes.
No último ano, houve queda de roubos, mas os furtos cresceram no Estado, especialmente a atuação de gangues de bicicleta e saques a estabelecimentos comerciais. A violência no centro de São Paulo é apontada por especialistas como um dos maiores problemas de segurança da cidade, com casos de repercussão nacional.
São 300 novos policiais que vão participar de operações na área central, além de cem policiais no programa Rocam (Programa de Policiamento com Motocicletas) divididos em diferentes companhias. A estratégia de patrulhas por motos havia sido adiantada pelo Estadão no ano passado.
“A motocicleta é mais efetiva do que o policiamento a pé. Até a viatura com quatro rodas tem dificuldade na área central pela questão da mobilidade. Existem criminosos que efetuam roubos com motocicletas e bicicletas”, afirmou Derrite em entrevista coletiva. Tarcísio participaria do evento, mas cancelou sua participação minutos antes.
Atualmente, segundo a Polícia Militar, cerca de 2,3 mil agentes atuam diariamente no centro: aproximadamente 1 mil como parte do efetivo regular e o restante por meio das vagas da Operação Delegada, que permite a contratação de PMs em horário de folga pela Prefeitura.
Secretário afirma que criticada Operação Verão ‘cumpriu seu papel’
Derrite avalia que a Operação Verão, deflagrada na Baixada Santista após a morte de um soldado da Rota, tropa de elite da PM, “cumpriu seu papel”. “A Operação cumpriu seu papel de asfixiar o crime organizado na Baixada Santista”, afirmou.
A ação foi criticada pela alta letalidade policial, o que já havia ocorrido em 2023 na Operação Escudo, e por acusações de excesso pelos PMs - famílias dizem haver inocentes entre os mortos. O governo nega irregularidades e diz investigar os casos.
Ao se referir à denúncia de excessos no início de março, Tarcísio ironizou: “Nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. O pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse.
Durante os 105 dias em que policiais do interior e da capital foram deslocados para trabalhar na região, a polícia apreendeu 1.025 adultos e apreendeu 47 menores de 18 anos, 2,6 toneladas de drogas e 119 armas de fogo ilegais, segundo a pasta. Neste período, houve 56 mortes pela polícia (uma a cada dois dias).
O secretário negou que o fim da operação, anunciada no dia 1º, tenha relação com a morte da cabeleireira Edneia Fernandes Silva, mãe de seis filhos, que morreu após ser atingida por um tiro na cabeça em Santos na quarta-feira, 27. “Isso é objeto de apuração. Não vamos tomar nenhuma decisão precipitada de apontar algum culpado antes da perícia”, disse.
“O que resta é lamentar a tragédia, lamentar o ocorrido. Se o crime organizado não tivesse se instalado da maneira como se instalou, tenho certeza que isso não teria acontecido”, acrescentou Derrite.
A Secretaria de Segurança Pública afirma que a morte ocorreu após confronto entre policiais e criminosos. Familiares e amigos contestam a versão oficial e dizem que ela foi vítima de um disparo quando três motos da PM patrulhavam a região.
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