SP aposta em policiais de motos contra ‘gangue das bikes’ no centro; saiba como vai ser

Governo estadual amplia estratégia para combater agilidade dos ladrões na região, onde roubos de celulares têm sido frequentes

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Foto do author Gonçalo Junior
Atualização:

O governo estadual vai reforçar o patrulhamento na região central da capital paulista. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou nesta sexta-feira, 5, que 400 novos policiais atuarão na região, um dos principais pontos de atenção do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O reforço tem foco na contenção de roubos e furtos com motos e bikes.

No último ano, houve queda de roubos, mas os furtos cresceram no Estado, especialmente a atuação de gangues de bicicleta e saques a estabelecimentos comerciais. A violência no centro de São Paulo é apontada por especialistas como um dos maiores problemas de segurança da cidade, com casos de repercussão nacional.

Objetivo do patrulhamento de moto é facilitar deslocamento de agentes de segurança para conter os ladrões Foto: Felipe Rau/Estadão

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São 300 novos policiais que vão participar de operações na área central, além de cem policiais no programa Rocam (Programa de Policiamento com Motocicletas) divididos em diferentes companhias. A estratégia de patrulhas por motos havia sido adiantada pelo Estadão no ano passado.

“A motocicleta é mais efetiva do que o policiamento a pé. Até a viatura com quatro rodas tem dificuldade na área central pela questão da mobilidade. Existem criminosos que efetuam roubos com motocicletas e bicicletas”, afirmou Derrite em entrevista coletiva. Tarcísio participaria do evento, mas cancelou sua participação minutos antes.

Atualmente, segundo a Polícia Militar, cerca de 2,3 mil agentes atuam diariamente no centro: aproximadamente 1 mil como parte do efetivo regular e o restante por meio das vagas da Operação Delegada, que permite a contratação de PMs em horário de folga pela Prefeitura.

Secretário afirma que criticada Operação Verão ‘cumpriu seu papel’

Derrite avalia que a Operação Verão, deflagrada na Baixada Santista após a morte de um soldado da Rota, tropa de elite da PM, “cumpriu seu papel”. “A Operação cumpriu seu papel de asfixiar o crime organizado na Baixada Santista”, afirmou.

A ação foi criticada pela alta letalidade policial, o que já havia ocorrido em 2023 na Operação Escudo, e por acusações de excesso pelos PMs - famílias dizem haver inocentes entre os mortos. O governo nega irregularidades e diz investigar os casos.

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Ao se referir à denúncia de excessos no início de março, Tarcísio ironizou: “Nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. O pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse.

Durante os 105 dias em que policiais do interior e da capital foram deslocados para trabalhar na região, a polícia apreendeu 1.025 adultos e apreendeu 47 menores de 18 anos, 2,6 toneladas de drogas e 119 armas de fogo ilegais, segundo a pasta. Neste período, houve 56 mortes pela polícia (uma a cada dois dias).

O secretário negou que o fim da operação, anunciada no dia 1º, tenha relação com a morte da cabeleireira Edneia Fernandes Silva, mãe de seis filhos, que morreu após ser atingida por um tiro na cabeça em Santos na quarta-feira, 27. “Isso é objeto de apuração. Não vamos tomar nenhuma decisão precipitada de apontar algum culpado antes da perícia”, disse.

“O que resta é lamentar a tragédia, lamentar o ocorrido. Se o crime organizado não tivesse se instalado da maneira como se instalou, tenho certeza que isso não teria acontecido”, acrescentou Derrite.

A Secretaria de Segurança Pública afirma que a morte ocorreu após confronto entre policiais e criminosos. Familiares e amigos contestam a versão oficial e dizem que ela foi vítima de um disparo quando três motos da PM patrulhavam a região.

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