O Estado de São Paulo registrou queda de 14,5% nos roubos no 1º trimestre deste ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 25, pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Foram 51.999 casos notificados de janeiro a março – o menor patamar da série histórica para o período –, ante 60.805 no mesmo recorte do ano passado. Homicídios, furtos e estupros também caíram.
Por outro lado, houve aumento de latrocínios, que são os roubos seguidos de morte. Foram 37 vítimas desse tipo de crime no Estado no primeiro trimestre do ano passado. No mesmo período de 2024, foram 46, uma alta de 24,3%.
Na capital paulista, foram 18 vítimas de latrocínio entre janeiro e março, ante sete no mesmo período de 2023. Em nota publicada no site, a Secretaria da Segurança Pública afirmou ter evitado quase 10 mil roubos e furtos somente em março no Estado. Questionada sobre os latrocínios, a pasta afirmou se manter atenta em relação à variação dos crimes contra a vida.
Em um dos casos de latrocínio registrados no começo deste ano, como mostrou o Estadão, um turista holandês de 58 anos morreu após sofrer assalto na região da Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, e bater a cabeça. O caso ocorreu no dia 27 de janeiro. A vítima, identificada como Hessel Hoeskra, chegou a ficar 12 dias internada no Hospital 9 de Julho, também no centro, mas não resistiu aos ferimentos.
Em outro caso, desta vez na Vila Olímpia, zona sul paulistana, uma guarda-civil municipal de Praia Grande, no litoral, foi morta com um tiro na cabeça após assalto no último dia 3 de março. A vítima, Valcleide Queiroz, de 56 anos, estava parada de motocicleta em um semáforo quando foi abordada por dois homens também em uma moto.
Apesar da queda de crimes patrimoniais, um dos principais desafios da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) é melhorar a sensação de insegurança da população, assustada com frequentes relatos de assaltos – incluindo em bairros nobres da capital, como Morumbi e Itaim Bibi – e a onda de ladrões de celulares, que agem sob diversas estratégias, como gangues de bicicletas e as que quebram vidros de carros para levar aparelhos.
Estado de São Paulo
- Homicídios (-8,8%): de 752, no primeiro trimestre de 2023, para 686, no mesmo período deste ano
- Roubos (-14,5%): de 60,8 mil para 51,9 mil
- Furtos (-4,1%): de 143,3 mil para 137,3 mil
- Estupros (-6,8%): de 3,6 mil para 3,4 mil
- Latrocínios (24,3%): de 37 para 46
Capital paulista
- Homicídios (-1,6%): de 124, no primeiro trimestre de 2023, para 122, no mesmo período deste ano
- Roubos (-15,5%): de 35,9 mil para 30,3 mil
- Furtos (-3,7%): de 61,4 mil para 59 mil
- Estupros (-10,6%): de 790 para 706
- Latrocínios (157,1%): de 7 para 18
Secretaria fala de queda de crimes patrimoniais e assassinatos
Em nota publicada em seu site oficial, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que “o trabalho integrado entre as Polícias Civil e Militar evitou quase 10 mil furtos e roubos em geral durante março no Estado de São Paulo”. “O número reforça o compromisso da pasta no combate aos crimes patrimoniais, que em fevereiro registrou o menor índice de roubos da história para o mês”, afirmou.
A pasta destacou ainda que a redução nos índices se estende aos roubos de veículos, que caíram 27,6%. Foram 2.599 registros desse tipo de crime em março deste ano, o que representa o segundo menor número de delitos desde 2001 no período. No mesmo mês do ano passado, foram 3.592 casos.
Ainda segundo a secretaria, os homicídios dolosos atingiram a menor marca da história para março. O número oscilou negativamente 6,6% no mês passado, caindo de 243 para 227 registros. “Os estupros tiveram 1.210 casos no mês, 174 a menos em relação ao mesmo mês do ano anterior, queda de 12,6%”, acrescentou a pasta.
Questionada sobre os latrocínios, a SSP afirmou se manter “atenta à variação dos índices criminais, com especial atenção aos crimes contra a vida, como homicídios e latrocínios”. “No primeiro trimestre deste ano, 21 autores destes delitos foram presos no Estado. Todas as ocorrências são analisadas pelo SP Vida, ferramenta que auxilia na criação de medidas para combater esses delitos”, disse.
“O policiamento segue intensificado em todo o Estado, com prioridade para as regiões com maior incidência dos crimes violentos. Quanto aos crimes patrimoniais, o combate segue focado na repressão aos receptadores, por meio de operações em ferros velhos, desmanches, e lojas de venda de peças de veículos”, acrescentou a secretaria.
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