PMs suspeitos negam todas as acusações em depoimento

Policiais militares do 2º Batalhão, na zona leste, disseram que corregedores interpretaram conversas de forma equivocada

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SÃO PAULO - Em depoimento à Corregedoria da Polícia Militar, todos negaram as acusações. O soldado Aquiles da Silva Duarte e o cabo Bruno Marandola, acusados de pedir propina a um informante após descobrir que ele se passava por investigador, afirmaram ao órgão que o assunto discutido entre eles era sempre um serviço extra no setor de segurança privada. Eles negaram a extorsão e o soldado afirmou que pediu o dinheiro para cobrar uma dívida.

A tenente Beatriz Marandola, o cabo Bruno e o soldado Rafael Lima de Albuquerque negaram a intenção de forjar um flagrante de tráfico. Eles disseram aos corregedores que receberam denúncia sobre onde estaria escondido um quilo de maconha e queriam repassar a informação para a tenente. A oficial disse que pode ter ocorrido uma confusão na interpretação dos corregedores, pois ela participa de vários grupos de conversa online.

Policiais militares são acusados de formar uma quadrilha para praticar uma série de crimes na zona leste Foto: Gabriela Biló/Estadão

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Sobre a prisão de um suposto usuário de drogas com flagrante forjado e a soltura de um traficante depois de pagamento de propina, o cabo Bruno, o soldado Rafael e o cabo Ricardo de Nofre reafirmaram, em depoimento, o que disseram na delegacia: apenas o rapaz foi flagrado com drogas.

O cabo Raphael Mendes Sparapani Oliva negou ser dono ou que pretendesse vender 20 pinos de cocaína. Segundo ele, ao se referir a “20”, ele falava de 20 engradados de água.

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O sargento Reinaldo Luiz José de Lima negou ter pedido dinheiro ao proprietário da casa de jogos de azar. Apenas admitiu a conversa com ele. O soldado Márcio Henrique Campos ficou em silêncio no depoimento. O soldado Anderson Teixeira Lopes disse que as conversas interceptadas sobre valores se tratam de um bico de segurança.

A reportagem não localizou os advogados dos investigados. A Secretaria da Segurança Pública informou que eles respondem por crimes de ameaça, violação do dever funcional com fins de lucro, concussão, prevaricação e falsidade ideológica. Após a conclusão do inquérito, eles vão passar por procedimento administrativo demissório para avaliação de conduta, que pode resultar em demissão ou expulsão da corporação.

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