Tarcísio de Freitas veta projeto de distribuição gratuita de absorventes no Estado de SP

Governador afirma que proposta é inconstitucional e que outras políticas de combate à pobreza menstrual já são adotadas em São Paulo

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Por Caio Possati
Atualização:

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vetou o projeto de lei “Menstruação sem Tabu”, que previa a distribuição gratuita de absorventes em escolas, presídios e para pessoas em situação de vulnerabilidade no Estado, como mulheres recolhidas em abrigo, em situação de rua e na condição de extrema pobreza.

Criado com o objetivo de ampliar a prevenção e combate à pobreza menstrual em São Paulo e diminuir a evasão escolar de alunas da rede estadual de ensino, a projeto foi aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no final de 2022. A proposta é de autoria da Delegada Graciela (PL), Janaina Paschoal (PRTB), Beth Sahão (PT), Edna Macedo (Republicanos), Leci Brandão (PCdoB), Marina Helou (Rede) e Patrícia Gama (PSDB).

Tarcísio de Freitas vetou por completo projeto que previa a distribuição gratuita de absorventes no Estado. Foto: Pixabay

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Para justificar a decisão do veto, o governador afirmou que o projeto é inconstitucional porque a proposta de prever a redução dos preços dos absorventes se configuraria renúncia fiscal, e porque o Menstruação sem Tabu não informa impacto orçamentário e financeiro que provocaria aos cofres do Estado.

Outro argumento usado pelo governador foi a existência de outras políticas semelhantes de combate à pobreza menstrual em São Paulo. Ele cita o Programa Dignidade Íntima, que prevê a distribuição de absorventes higiênicos íntimos, coletores menstruais, lenços umedecidos sem perfume, entre outros itens, para alunas de todas as unidades escolares da rede de educação estadual.

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“O ‘Programa Dignidade Íntima’ também promove a formação dos profissionais da escola e estudantes a respeito da pobreza menstrual e saúde da mulher, assim como o acesso à informação sobre e higiene menstrual, por meio de ações ou campanhas educativas”, afirma o governador.

“De igual modo”, acrescenta Tarcísio de Freitas “ressalto que, no sistema prisional feminino e nas unidades de internação de jovens e adolescentes paulistas, os absorventes higiênicos já são distribuídos, como itens integrantes do Kit Higiênico”.

Triste retrocesso

A deputada Marina Helou disse que a decisão do governador é um “triste retrocesso”. A falta de informação e de recursos para enfrentar a menstruação pode causar traumas e constrangimentos desnecessários, e é por isso que esse projeto era tão essencial. Sinto muito que o Tarcísio tenha vetado”, disse a parlamentar, em nota.

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