Dias após um estabelecimento comercial na rua Santa Ifigênia ser saqueado, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) inaugurou nesta quinta-feira, 1.º, a sede da Companhia de Força Tática do 7.º Batalhão Metropolitano da Polícia Militar, na Rua Vitória, na região central de São Paulo.
A Rua Vitória é uma das cerca de 11 vias que receberam o fluxo da Cracolândia no ano passado, como mostrou levantamento feito pelo Estadão. Ao longo dos últimos meses, o fluxo se concentra mais na Rua dos Protestantes, nos arredores da Estação da Luz. O investimento para o funcionamento da nova sede será de R$ 2,4 milhões ao longo do contrato de aluguel por cinco anos.
Durante o evento, o secretário da Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, anunciou também a ampliação da Operação Delegada (policiais ganham remuneração extra ao trabalhar nos dias de folga em parceria com o poder municipal) para o período noturno no centro.
As iniciativas de combate à criminalidade acontecem no momento de forte repercussão das cenas de uma invasão e saque a uma loja de equipamentos de câmeras de segurança na rua Santa Ifigênia, no sábado, 27. O empresário José Paulo Souza, 64 anos, afirmou que vai fechar o estabelecimento após prejuízo de R$ 300 mil. Três suspeitos foram presos de acordo com a SSP.
“A Força Tática vai ficar mais próxima do que a gente acredita ser importante para fazer as nossas operações de segurança pública. Policiamento ostensivo é fundamental e terá reforço nos pontos críticos, não vamos dar trégua ao crime”, afirmou Tarcísio.
A Força Tática ocupava parte da sede do 7.º Batalhão Metropolitano da PM, na avenida Angélica, em Higienópolis. Com a transferência, as imediações da Praça da República e dos Campos Elíseos terão patrulhamento com mais 48 policiais e 16 veículos, sendo seis motocicletas. “O centro é prioridade na nossa gestão”, declarou Derrite.
É a segunda instalação da PM inaugurada no centro da capital em menos de cinco meses. No segundo semestre de 2023, a região recebeu a nova sede da 2ª Companhia do 7º Batalhão Metropolitano, na rua Dom José de Barros, na República.
Mais policiais à noite na região da Santa Ifigênia
Uma das principais reclamações dos comerciantes da região da Santa Ifigênia se refere à queda do policiamento no período noturno. “Durante o dia, é relativamente tranquilo, mas a situação é perigosa quando as lojas fecham. A sensação de insegurança é muito grande”, contou o gerente Ricardo Aquino, que atua há 17 anos na região.
De acordo com o secretário Derrite, um reforço da Operação Delegada, com apoio da Prefeitura, está atuando à noite na região central a partir desta semana, exatamente na região onde o saque ocorreu na semana passada. “É um aumento do efetivo enquanto não termina a Operação Verão, que vai disponibilizar mais agentes para o centro”.
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No último ano, houve queda de roubos, mas os furtos cresceram no Estado, com destaque para a atuação de gangues de bicicleta e saques a estabelecimentos comerciais. A violência no centro de São Paulo é apontada por especialistas como um dos maiores problemas de segurança pública da cidade, com casos de repercussão nacional.
Nas próximas semanas, a região terá, de acordo com o poder estadual, mais de 600 policiais nas ruas com o término da operação especial nos municípios do litoral. Paralelamente, o governo Tarcísio programa ainda enviar para a Assembleia Legislativa um projeto que, uma vez aprovado, irá permitir que policiais militares da reserva e temporários sejam utilizados em serviços administrativos.
O objetivo, com isso, é conseguir liberar policiais da ativa para que possam ser direcionados para atividade de policiamento. A contratação deve ocorrer por meio de edital. Ainda não há previsão de data exata de quando o projeto deve ser enviado, mas a expectativa é de que o projeto entre em vigor já neste ano.
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