Número de homicídios cresce 12,3% na Grande São Paulo após chacinas

Secretaria da Segurança divulgou dados nesta sexta-feira; nesta semana, pasta já havia apresentados dados positivos da capital

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Chacina em Osasco aconteceu em 13 de agosto e deixou 19 mortos; policiamento foi reforçado na região Foto: Rafael Arbex

Atualizada às 22h29

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SÃO PAULO - Os homicídios na Grande São Paulo aumentaram 12,35% no mês de agosto, em comparação com o mesmo período de 2014, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 25, pela Secretaria da Segurança Pública. Foram 91 casos, ante 81 em 2014. A alta no crime foi causada pela chacina de Osasco e Barueri, no dia 13 do mês passado. Nela, policiais militares e guardas-civis são suspeitos de executar 19 pessoas em dez ataques. Só ela deu origem a sete boletins de ocorrência.

Para o secretário da Segurança, Alexandre de Moraes, o aumento se deve ao “número de homicídios múltiplos”. “Isso acaba afetando”, afirmou, durante a divulgação dos dados. Ele descartou mudanças nas polícias Civil e Militar da região. 

Os homicídios também cresceram no interior. O aumento foi de 3,75%, passando de 160 registros, em agosto de 2014, para 166 no mesmo mês deste ano. 

Os aumentos nas duas regiões fizeram com que o número de casos de assassinato no Estado ficasse estável, com queda de 0,31%. Foram 324 neste ano, ante 325 no ano passado.

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Mesmo com o crescimento no mês, o acumulado do ano na Grande São Paulo e no interior ainda é menor do que no mesmo período de 2014: os homicídios caíram 15,86% e 9,55%, respectivamente, segundo a pasta.

Ainda segundo a Secretaria da Segurança, o número de latrocínios (roubos seguidos de morte) ficou estável na região metropolitana, com nove casos, mesmo número do ano passado. No interior houve redução de 9,09% e no Estado a queda foi de 12,12%, com 29 registros, ante 33 em 2014. 

Em agosto, os roubos de veículo caíram 23,85% no Estado, 17,91% na Grande São Paulo e 27,46% no interior. Os roubos em geral tiveram decréscimo de 2,54%, considerando todas as regiões de São Paulo. 

Polêmica. A gestão de Alexandre de Moraes tem optado por desmembrar o anúncio das estatísticas criminais. Os dados da capital foram divulgados na quarta-feira e mostraram queda nos casos de roubo (-4%), furto (-6%) e homicídios (-20,2%).

Para o sociólogo Ignacio Cano, professor do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o governo “deveria tirar o perfil político” da divulgação dos dados. “A divulgação não deveria ser feita pelo secretário, mas pelo órgão da secretaria que faz as estatísticas criminais, sem risco político.” 

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Já Sthephani Morin, coordenadora de Gestão do Conhecimento do Instituto Sou da Paz, a Secretaria da Segurança deveria também divulgar dados referentes a policiais que são presos. “(As chacinas) preocupam tanto quanto não saber quantos policiais foram acusados e afastados.” Segundo ela, “a impunidade” em casos como os de Osasco e Barueri “é fator crucial para novos crimes”. / COLABOROU MARCO ANTÔNIO CARVALHO

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A gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) optou por desmembrar a publicação dos indicadores da criminalidade. Na quarta-feira passada, 23, Moraes e o governador anunciaram números positivos para a capital paulista. O número de homicídios, roubos e furtos caiu em agosto na cidade de São Paulo, na comparação com o mesmo mês de 2014.

Capital. A taxa de assassinatos na capital atingiu o menor nível da série histórica, que teve início em 2001, chegando a 9,22 mortes por 100 mil habitantes. A quantidade de pessoas mortas por policiais em serviço, índice que havia apresentado alta em julho, não foi divulgada. Em agosto deste ano, houve queda de 20,24% nos casos de homicídios na cidade. Foram 67 assassinatos, ante 84 no mesmo período de 2014. De acordo com a SSP, esse é o menor índice mensal desde agosto de 2001, ano em que os dados começaram a ser divulgados pelo governo estadual - naquele mês, a pasta registrou 366 casos na capital. No índice de roubos, também houve queda, passando de 13.027 registros para 12.501, diminuição de 4%. 

Os roubos e furtos especificamente de veículos também caíram: 25,58% e 12,49%, respectivamente. Ainda assim, foram 2.770 casos de roubo de veículo no mês passado na cidade. O roubo de carga teve a sétima queda em oito meses. Foram 307 casos, ante 381 no mesmo mês de 2014: redução de 19,42%. Os furtos em geral caíram de 15.515 ocorrências, em agosto de 2014, para 14.579 casos neste ano. Houve redução também na quantidade de latrocínios (roubo seguido de morte): de 13 casos para 10.

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