A vice-cônsul da Colômbia em São Paulo, Claudia Ortiz Vaca, foi baleada durante tentativa de assalto na manhã desta sexta-feira, 14, na Avenida Nove de Julho, nos Jardins, na região central da capital paulista.
Segundo o boletim de ocorrência, uma mulher dentro de um táxi foi abordada por três ladrões. Um policial militar de folga interveio, e disparou contra os bandidos. A diplomata passava a pé pela avenida e foi atingida na altura da cintura.
O caso se soma a uma série de crimes violentos que têm ocorrido no centro expandido da cidade nos últimos meses (leia mais abaixo). Em 2024, o número de latrocínios (roubos seguidos de morte) cresceu 23,2%.

Conforme o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, Claudia passa por cirurgia e seu quadro de saúde no momento é estável. Ela foi levada ao Hospital Albert Einstein.
Como foi a abordagem dos ladrões
A vítima do roubo, uma empresária de 43 anos, estava distraída em um táxi, por volta das 7h40 da manhã. Ela ia para Barra Funda, na zona oeste, de onde tomaria um ônibus para São Sebastião, no litoral norte, para visitar a irmã, segundo contou em depoimento. O motorista conta ter visto dois ladrões se aproximarem e um deles quebrou o vidro.
Como o celular da mulher caiu no chão do veículo, um dos bandidos mergulhou dentro do carro. Ele começou a lutar com a vítima para pegar o telefone, enquanto ela gritava e tentava se esquivar da área onde havia vidro quebrado.
O taxista afirma que pegou um deles pela camisa, mas o outro fez menção de pegar uma arma e, por isso, ele soltou o ladrão. Na sequência, ele relata ter avançado com o automóvel, um Toyota Corolla Cross, e ouvido disparos.
Segundo o boletim de ocorrência, o PM de folga relata que estava em um carro de aplicativo quando percebeu que ocorria um crime a alguns metros de distância. Ao perceber um volume na cintura de um dos assaltantes, ele conta ter se identificado como policial.
A perícia preliminar aponta que houve pelo menos quatro disparos, mas apenas um teria atingido a vítima. A passageira afirma ter ficado com cortes na mão direita. “Desabei e comecei a chorar muito com tudo que aconteceu”, relatou ela à polícia após o fim do episódio.

A polícia apura a participação de três suspeitos no crime. Um dos suspeitos – Bruno Narbutis Borin, de 19 anos – foi detido. Conforme informações preliminares da polícia, ele tem duas passagens por tráfico de droga, três por furto e uma por latrocínio.
A defesa dos suspeitos diz que só houve disparos da parte do policial. “Não houve, em momento algum, troca de tiro. Tanto que, no depoimento do policial, ele afirma que não houve troca de tiro. O que eles evidenciam é que houve uma ‘movimentação estranha’, e, nesse momento, na tentativa de roubo, o policial à paisana desferiu tiros para acertar os supostos meliantes e acabou acertando, evidentemente, a vítima”, diz o advogado Lucas Marques.
“Não existia arma, (os suspeitos) não estavam armados”, continua.
Borin dirigia um VW Nivus 2025, que foi apreendido pela polícia. Os outros dois fugiram a pé.
A Polícia Civil segue atrás de outros integrantes da quadrilha. Equipes da Corregedoria da PM e o Itamaraty também acompanham o caso.
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Onda de crimes violentos preocupa
Em 2024, os roubos caíram na capital, mas a repercussão de crimes com emprego da violência tem aumentado a percepção de insegurança na cidade.
Na semana passada, um homem de 55 anos foi baleado durante assalto dentro de uma padaria na Rua Simão Álvares, em Pinheiros, zona oeste. O ataque ocorreu apenas um dia após outro homem ser baleado em tentativa de roubo no bairro, na Rua Capote Valente.
Há um mês, o ciclista Vitor Medrado, de 46 anos, foi morto a tiros nas proximidades do Parque do Povo, no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo. Ele estava em sua bicicleta quando foi abordado por assaltantes.