SP tem tremor de terra: por que fenômeno no Chile foi sentido no Brasil? Há risco para prédios?

Episódio é incomum e não ameaça estruturas de construções no País, segundo a Defesa Civil paulista; moradores relataram sentir efeitos do abalo sísmico

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Foto do author Giovanna Castro
Atualização:

Moradores de diversas cidades do Estado de São Paulo relataram sentir tremores, especialmente em andares altos de edifícios, na noite desta quinta-feira, 18. O movimento foi causado por um terremoto de magnitude de 7.3 registrado no Chile e na Argentina.

Segundo o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), foram sentidos tremores principalmente na região metropolitana de São Paulo, em Campinas, Franca, Ribeirão Preto, São Carlos, Araraquara, São José dos Campos, Taubaté e em Santos, no litoral.

Terremoto no Chile gerou tremores em diversas cidades do Estado de São Paulo. Foto: Reprodução/Centro de Sismologia da USP

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O evento trouxe medo para alguns moradores, levando alguns prédios a serem evacuados, de acordo com a Defesa Civil do Estado. Apesar disso, segundo o capitão da Polícia Militar Roberto Farina Filho, diretor de comunicação da Defesa Civil, não há risco de danos estruturais nos edifícios brasileiros.

“Esses tremores não afetam as estruturas prediais e não promovem danos estruturais em geral (no País). São de baixa intensidade, apesar de assustarem as pessoas”, disse o capitão ao Estadão.

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Por que sentimos o terremoto do Brasil?

Terremotos não ocorrem no Brasil, por conta posição geográfica do País, bem no meio de uma placa tectônica. Isso não significa, porém, que seja impossível sentir tremores advindos de abalos sísmicos que ocorrem em regiões próximas.

“Esse cenário que enfrentamos nesta quinta-feira, por volta das 23h, de sentirmos movimentos pendulares, é incomum de acontecer (no Brasil), mas não impossível”, afirma Farina Filho. “O Brasil fica na mesma bacia sedimentar que o Chile, por isso, é possível que essa onda de abalo chegue até aqui.”

De acordo com o capitão, é necessário um conjunto de fatores para que seja possível sentir um terremoto em São Paulo ou em outra região brasileira. Neste caso, o movimento foi provocado por movimentação de placa tectônica debaixo do Chile, a mais de 120 quilômetros de profundidade do continente americano, mas de grande intensidade.

O terremoto, que atingiu 7.3 pontos na escala Richter – de 7 a 7.9 é considerado um grande terremoto, com danos sérios, como edifícios destruídos, na área de epicentro –, aconteceu na região do Deserto do Atacama, no Chile. O local fica próximo à fronteira com a Argentina e com a Bolívia e na mesma linha horizontal de São Paulo, por isso o impacto em São Paulo.

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A capital de São Paulo tem grande quantidade de prédios altos, por isso a população tende a sentir mais tremores de terra. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

“A intensidade no Chile foi muito grande, enquanto aqui sentimos apenas um reflexo disso, um movimento pendular, com lâmpadas se mexendo, especialmente em andares mais altos de prédios”, diz Farina Filho.

“As pessoas provavelmente só sentiram o efeito porque ocorreu a noite, quando muitos estavam em casa, parados. Se acontecesse durante o dia, com a maioria das pessoas na rua, se movimentando, provavelmente nem sentiriam”, afirma o capitão da Defesa Civil.

De acordo com a presidência do Chile, o terremoto não causou feridos no país andino. A região da ocorrência é de área desértica, com baixa densidade demográfica e praticamente nenhum edifício.

Pode haver novos tremores nas próximas horas?

É possível que sejam sentidos novos tremores em São Paulo nas próximas horas, caso o movimento tectônico continue no Chile. No entanto, “a probabilidade é muito baixa”, afirma Farina Filho. De qualquer forma, a Defesa Civil entende que não há risco de tremores que causem danos significativos aos municípios paulistas.

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