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Polícia encerra inquérito sobre Thiago Schutz, o Calvo do Campari: ‘Ameaças efetivamente ocorreram’

Caso foi enviado ao MP, que decidiu denunciar o influenciador por ameaças contras duas mulheres

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Por Redação
Atualização:

A Polícia Civil de São Paulo encerrou o inquérito sobre a acusação de ameaças de Thiago Schutz, que ficou conhecido como “Calvo do Campari”, contra a atriz e humorista Livia La Gatto. Conforme informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) ao Estadão nesta quinta-feira, 16, o caso foi enviado à Justiça na sexta, 10.

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Do 27º DP, o delegado Eduardo Luís Ferreira – que não foi responsável pelo caso –, disse ao Estadão que o inquérito foi encerrado e que a conclusão da polícia foi de que “as ameaças efetivamente ocorreram”. “Com base naquilo que investigamos nós encaminhamos elementos probatórios para o Ministério Público, que ofereceu a denúncia (à Justiça).”

Schutz, porém, não foi indiciado pela polícia. O delegado explicou que isso não ocorreu porque se trata de “crime de menor potencial ofensivo” (que são aqueles cuja pena máxima é de até dois anos, como é o caso dos crimes de ameaça de lesão corporal leve, por exemplo).

“Desde 1995, com a edição da lei do Juizado Especial Criminal, os crimes tidos como de menor potencial ofensivo, que são aqueles cuja pena máxima não ultrapassa dois anos, são processados por outro rito, que é o rito do Juizado Especial Criminal, ou seja, não é que decidimos pelo não indiciamento, aqui não há de se falar em iniciamento”, afirmou.

O Ministério Público denunciou o influenciador por ameaça a duas mulheres. O Tribunal de Justiça de São Paulo apenas disse à reportagem que o “caso tramita em segredo de Justiça”.

O caso ganhou repercussão após a atriz expor as mensagens recebidas de Thiago Schutz. O influenciador, que virou meme nas redes sociais após viralizar com um vídeo em que exemplifica suposta manipulação de uma mulher que oferece cerveja a um homem que bebe Campari – daí o apelido “Coach do Campari” ou “Calvo do Campari” –, se ofendeu com um vídeo da artista.

Sem citar o nome dele, a sátira ironizava homens que propagam machismo e misoginia (ódio contra as mulheres). Depois, Schutz mandou a seguinte mensagem para a atriz no Instagram: “Você tem 24 horas para retirar seu conteúdo sobre mim. Depois disso é processo ou bala. Você escolhe”.

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Atriz postou print de ameaça de Thiago Schutz nas redes sociais Foto: Instagram/ @livialagatto

Livia La Gatto representou criminalmente contra o influenciador e foi ouvida pela Polícia Civil de São Paulo, que abriu inquérito no 27º Distrito Policial. Na sexta-feira, 10, a defesa de Schutz informou ao Estadão que ele já havia prestado depoimento. Nas redes sociais, ele disse ter sido mal interpretado e ser incapaz de atirar em alguém.

‘Terra de ninguém’

Ferreira comenta que embora esse caso em específico seja “peculiar”, por envolver produtores de conteúdo de grande expressividade, crimes de ameaça no ambiente digital não são incomuns. “A maioria das pessoas acredita que a internet seja um ambiente sem lei. E não é, muito pelo contrário, toda ação que a pessoa faz atrás de seu computador deixa rastros”, alerta.

O delegado avalia que a repercussão desse caso vai ajudar a diminuir essa sensação de impunidade. “As mesmas leis que estão aqui para a vida real também são aplicadas para vida virtual”, disse. “Qualquer tipo de fato criminoso, qualquer tipo de discriminação, qualquer tipo de invasão a direito alheio preocupa a polícia e sempre vai gerar uma ação imediata da polícia.”

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