Uma das maiores tirolesas do Brasil chega a 120 km/h e fica perto de SP; veja vídeo

Bastam duas horas de estrada para chegar em Pedra Bela, entre Socorro e Bragança Paulista, onde também é possível curtir rapel

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Foto do author Ana Lourenço
Atualização:

Não sei vocês, mas na maioria das vezes em que pratiquei esportes de aventura fiquei tão preocupada em manter todos os ossos inteiros que não consegui curtir a paisagem. Mas esse é um dos diferenciais de Pedra Bela, cidade entre Bragança Paulista e Socorro, no interior de São Paulo: é impossível fazer as atividades sem apreciar o entorno.

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São duas horas de viagem da capital paulista até o local, repleto de verde e pássaros para receber os visitantes. É uma das cidades mais altas do Estado, com 1.470 metros, na região da Serra da Mantiqueira.

Ainda da estrada, aliás, é possível ver o ponto turístico mais famoso: a Pedra do Santuário. Para chegar lá é necessário subir 314 degraus. Um sacrifício que vale a pena não só pela vista, mas pela história.

Conta-se na cidade que, em 1930, Nossa Senhora Aparecida se manifestou para uma criança na base dessa pedra e pediu para que fosse erguida uma capela ali no alto. Assim foi feito e, até hoje, todo segundo domingo do mês é celebrada uma missa para a santa no local.

Mega Tirolesa de Pedra Bela tem quase 2 km de extensão Foto: FELIPE RAU

Como a igreja também é passagem para o deque de onde os visitantes pulam da tirolesa, boa parte aproveita para pedir uma bênção para que tudo dê certo - afinal, estamos falando de uma das maiores tirolesas do Brasil.

Segundo o administrador do espaço, João Pedro Souza, a Mega Tirolesa de Pedra Bela tem 1,9 mil metros de extensão, a 127 metros do chão e é possível atingir até 120 km/h na descida (velocidade varia conforme o peso de quem está voando).

A queda dura cerca de dois minutos, mas o passeio todo tem duração de meia hora, para incluir o deslocamento, colocar a vestimenta e ouvir as explicações.

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“A tirolesa existe há 14 anos, quando uma igreja adventista queria promover uma cidade que tivesse potencial para ser explorada turisticamente, tanto pelo lado religioso quanto o de aventura”, conta ele. A procura aumentou conforme recebiam mais e mais turistas querendo explorar as aventuras.

A idade mínima para ter a experiência é de 3 anos. A criança com mais mais de 40 quilos pode descer sozinha. Caso contrário, a descida deve ser feita em dupla. O peso máximo, por outro lado, é de 140 quilos.

“Trabalhamos aos sábados, domingos e feriados, mas caso um grupo com mais de dez pessoas quiser outra data, podemos abrir exceções em qualquer dia, qualquer horário. Só é preciso entrar em contato com a gente antes”, afirma Souza. O valor do passeio é R$ 80 por pessoa, caso queira adicionar o pacote de filmagem, é adicionado R$ 30 ao valor.

Outra opção de descida

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O nome da cidade não é a toa: não existe apenas uma ‘Pedra Bela’, mas várias. E justamente por isso a cidade ficou famosa por ter diversos pontos de escalada e rapel. São cerca de 70 vias, com níveis que variam entre 50 e 120 metros de altura. Mas todas estão disponíveis para atletas experientes que já praticam o esporte e têm o equipamento. Para iniciantes, a única via possível é a Pedra do Santuário também.

“O diferencial daqui é realmente a vista, mas também a facilidade de acesso, com a escada, porque na maioria dos lugares são trilhas de difíceis acesso. É uma ótima aposta para os iniciantes, pela inclinação da pedra e sua abrasividade. Isso ajuda o visitante a se sentir mais seguro durante a experiência”, conta Souza.

Rapel: passeio exige força nos braços e bastante coragem Foto: FELIPE RAU

Tem o aparato de segurança, a aula rápida de dicas e a tranquilidade em ver o instrutor descer ao meu lado, mas o frio na barriga foi grande. A questão não é tanto a altura: são 60 metros de distância do topo da pedra até o chão, mas o fato de eu ser a responsável por controlar minha descida.

Segui as instruções e deu tudo certo. Claro, era para durar 40 minutos e durou quase uma hor, mas fora o sol que queimou um pouco a mais os meus ombros, não houve problemas. Uma dica: repasse o protetor antes de descer.

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O passeio custa R$ 50 e tem idade mínima de 12 anos. Caso seja combinado com a tirolesa, o combo passa a ser R$ 120.

Para recuperar as energias depois da aventura, na própria base da pedra tem o restaurante Muvuca Caipira, que entre tantas comidas serve o Virada de Banana, prato típico da região que leva banana, açúcar, farinha, canela e queijo.

Explorar a natureza

Além da Igreja Matriz, na Praça São Sebastião, onde os poucos habitantes da cidade (cerca de 6 mil habitantes) gostam de passar a tarde, as atrações de Pedra Bela ficam mesmo na natureza.

Há quem prefira se manter no turismo radical e aproveitar as diversas trilhas de bike que atravessam riachos e estradas de terra (recomenda-se levar capacete e o próprio veículo) ou passeios de quadriciclos que fazem parada nos sítios da região.

Mas também há quem queira só relaxar e curtir a paisagem. Para isso, a melhor aposta são as cachoeiras do Camanducaia. Mais especificamente a Cachoeira do Tamanduá e a Cachoeira Boca da Mata.

Vista de cima da Cachoeira Boca da Mata Foto: FELIPE RAU

As cachoeiras são uma do lado da outra e para chegar por ali são cerca de 16 km em estrada de terra desde o centro da cidade. Para encontrá-las, é preciso ficar atento às placas na estrada, que indicam a entrada do local. Ambas são gratuitas, com quedas pequenas e espaço para banho (mas não espere água cristalina, a tonalidade é mais barrenta).

É importante dizer que, enquanto a do Tamanduá tem acesso fácil, a poucos passos da estrada, a Boca da Mata passa por dentro de uma propriedade privada que é aberta para os turistas nos fins de semana, das 9h às 17h. Há ainda uma trilha com dificuldade moderada, cheia de raízes de árvores, para chegar no espaço de banho.

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É importante dizer, no entanto, que esse é um passeio em estilo mais explorador. Ou seja, não existe estrutura para receber turistas. Em dias de chuva, não é recomendado que o local seja visitado e sempre é preciso verificar a altura da água antes de entrar. Caso sinta-se mais seguro, vá com um guia; o nosso foi o Jonathan Oliveira (11 97104-6716).

Para fechar o dia, recomendo retornar até a pedra do santuário e observar o final da tarde ali do topo. A sensação de profundo silêncio, com o céu ficando rosa, é de arrepiar.

Moradores da cidade observam o entardecer Foto: FELIPE RAU

Serviço

  • Mega Tirolesa e Rapel

Horário de funcionamento: sábados e domingos e feriados, iniciando às 8h30

Endereço: Rua Bernardino de Lima Paes

Mais informações: www.megatirolesa.com

  • Muvuca Caipira

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Horário de funcionamento: sábado e domingo, das 8h às 18h

Endereço: Pedra do Santuário de Pedra Bela

  • Passeio de quadriciclo

Horário de funcionamento: sábado e domingo das 9h às 16h

Mais informações: www.instagram.com/roccaturismoe

  • Cachoeira Boca da Mata

Horário de funcionamento: de sábado, domingo e feriados, das 9h às 17h

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No local, o proprietário oferece estacionamento.

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