Transexual atacada por 9 no centro de São Paulo perdeu o rim

Vítima abriu organização de defesa dos direitos LGBT; casal de gays foi agredido por garçom em restaurante japonês após ‘selinho’

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Renata Peron perdeu rim depois de ser agredida por grupo na Praça da República Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

SÃO PAULO - Após sair de um salão de beleza em 2007, a transexual Renata Peron, de 38 anos, foi cercada e atacada por um grupo de nove pessoas. Uma delas, calçando um coturno com ponta de metal, desferiu uma voadora contra Renata. O golpe resultou na perda de um dos rins, 15 dias de internação e trauma psicológico. “Foi muito turbulento e perturbador. Você se questiona o tempo inteiro: como alguém é capaz de ter tanto ódio contra outra pessoa?”, diz. 

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Por temer o atendimento em uma delegacia de bairro, ela registrou o boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de São Paulo (Decradi). “Lá eu tive um atendimento maravilhoso, mas sei que em qualquer outra delegacia teria uma recepção ruim”, afirma. 

Ninguém foi preso porque Renata não conseguiu identificar os agressores, uma vez que o ataque aconteceu no escuro. Hoje ela trabalha como recepcionista na SP Escola de Teatro e é presidente do Centro de Apoio Social para Travestis e Transexuais (Caes). “A mudança nas delegacias vai ajudar as vítimas a se sentirem mais acolhidas e a própria secretaria a criar mecanismos em favor da comunidade LGBT”, afirma. 

Jantar. Em um jantar japonês na Rua Augusta, o professor de inglês Jonathan Favari, de 25 anos, e o namorado e ator Gabriel Cruz, de 24, foram agredidos pelo garçom após o casal dar um “selinho”. Eles foram ameaçados pelo segurança para que não chamassem a PM, e se sentiram desestimulados a registrar BO. “Os policiais perguntaram se realmente queríamos ir à delegacia e diziam que eram só 2 horas e poderíamos aproveitar a noite”, afirma Favari. O caso aconteceu em agosto do ano passado, e o processo ainda corre na Justiça. 

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